terça-feira, 11 de janeiro de 2011

NOVO ANO, NOVOS TEXTOS...

”Entra lá, cachopa!”

Recordar a minha infância. Não sei por onde começar. É um tema extremamente difícil, porque, de um certo modo, eu ainda estou a vivê-la. Descrever um acontecimento da minha infância é recordar algo que fiz ontem.
De qualquer forma, há situações que nos marcam e que ficam cá dentro, num cantinho do nosso coração.
Uma dessas situações foi a minha entrada na escola primária, um dos lugares mágicos da minha infância.
Posso não me lembrar da data, nem do que tinha vestido, pois o que ficou gravado na minha memória, nesse fantástico dia, foram as pessoas magníficas e únicas que conheci, entre elas, a minha professora, Maria Celeste e alguns dos meus melhores amigos.
Nesse meu primeiro dia de escola, entrei pelo portão da frente da escola EB1 de Aldriz, acompanhada pela minha mãe e pela minha irmã mais nova. A professora encontrava-se à porta da sala de aula da primeira classe. Estava a chamar os seus futuros pupilos um a um, fazendo sempre a mesma pergunta com um sorriso rasgado: “Sabes como é que eu me chamo?”. Ao que as crianças respondiam, com um ar muito envergonhado, que não. Todas elas abanavam a cabeça negativamente, com a cara vermelha como um tomate.
De seguida, dizia baixinho, quase sussurrando: “Maria Celeste”.
Um sussurro que eu ouvira antes de minha vez, tendo decorado o nome da senhora desconhecida à porta da sala.
“Adriana Castro Teiga!”, exclamou ela. Aproximei-me devagarinho da porta. “Sabes como é que eu me chamo?”, perguntou ela, ao que eu respondi, muito, muito baixinho, “Maria Celeste”.
Após esta resposta inocente, a professora soltou uma gargalhada sonora e fresca que me fez sorrir também.
“Entra lá, cachopa!”, disse ela. E eu assim fiz. Acabara de entrar num local importantíssimo para a minha infância, um lugar mágico que recordo com muita alegria e saudade.


 Adriana Teiga, 9º C

Letras, palavras e eu…

                Um sonho, uma ambição, uma luz ao fundo do túnel.
                Um refúgio, um abrigo, um ombro onde choro, uma mão que me apoia, ouvinte que me escuta e que me ajuda a pensar e a pensar!
                Em primeiro lugar, as letras, as minhas fiéis companheiras; em cada uma delas deixo um pouco de mim, deixo um pouco da minha vida e deixo um pouco dos meus sonhos. Todas juntas formam as palavras: umas são curtas, simples e belas, outras longas, de fonia complicada, por vezes, estranha.
                As palavras e as letras foram, são e serão as minhas verdadeiras amigas! Elas falam comigo, aconselham-me, escutam-me, posso desabafar, chorar, rir;  elas não me julgam, não me magoam e nunca me abandonam. As belas sensações, que elas me transmitem, são inexplicáveis, são únicas e especiais!
                Por fim, penso em quem nunca as conheceu, nunca viu, ouviu e sentiu a sua harmonia. Certamente que várias pessoas não lhes dão o seu devido valor, imaginam--nas “chatas” e sem sentido, mas, no fundo, não trocam um bom livro, pelas coisas insignificantes e fúteis da vida!
                Para terminar, peço, com todas as minhas forças, que, quando eu já não  estiver aqui, se lembrem de mim, quando olharem para as letras e palavras, para os meus sonhos,  para o meu refúgio.
                                 Beatriz Carneiro, 9º F