quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Textos diversos



Os alunos do 8º ano têm redigido vários textos: uns desafiam a sua imaginação, outros permitem-lhes opinar.
Eis aqui alguns exemplos:

Típico de uma rapariga

No verão passado, vivi a maior aventura da minha vida. Estava na casa da minha avó e não tinha nada para fazer. Olhei para o que me rodeava. Em cima da minha cama estava o comando da televisão, os mesmos programas de sempre, histórias idênticas em todos os canais; avistei os meus brinquedos, e revi os momentos de felicidade que passei com eles, nada que agora possa repetir, pois já sou velha demais e falta-me aquela paciência e imaginação. À beira dos brinquedos estava um livro esquecido da minha prima, devia ser uma daquelas “histórias insossas” que ela costumava ler, mas eu não tinha nada a perder.
Peguei naquele livro e observei a capa, “Carlota, o mundo de uma Pop Star”, era de esperar, um livro sobre a vida de uma personagem fictícia, com quem todas as raparigas sonham ser iguais: ter a sua voz, aspeto, dinheiro, personalidade e vida. “Onde é que eu já vi esta história?! Em todos os livros pelos quais todos os jovens se interessam”, quando me apercebi, estava a falar sozinha.
Aborreci-me (ainda mais) logo no primeiro parágrafo, “típico”, recomecei o meu monólogo, até que ouvi uma voz desconhecida:
-Qual é o teu problema?
“Este livro está a fazer-me mal”, pensei até que olhei para a frente, estava espantada, vi a personagem que tinha saído do livro, esta não demorou para se começar a defender:
-Não sei porque é que não gostas de mim, eu sou maravilhosa, todos gostam de mim!
-Isto é a vida real, não é o teu “mundo-fantasia”, em que tudo é perfeito!
-Então, o que posso eu fazer para ser feliz aqui? Estou “saturada” do meu “mundo”, só tenho pessoas desconhecidas atrás de mim.
-Só tens de encontrar algo que te faça sorrir, isso não tem nada a ver com a fama, vem comigo.
Eu peguei na minha guitarra, e levei-a para o parque a um minuto a pé da casa da minha avó, e perguntei-lhe:
-O que tu gostas de fazer é cantar, não é? – ela assentiu com a cabeça.
Comecei a tocar e aquele momento tornou-se mágico… As pessoas aproximaram-se, todos estávamos felizes a cantar e a dançar, sem necessidade de fama, de aprovação. A forma como Carlota cantava transformava tudo à sua volta, até a sua cara, a sua expressão era inexplicável.
E, assim, eu transformei um dia aborrecido num dia fantástico, e um livro feito para fazer dinheiro numa lição de vida.

Rita Moreira, 8º E


O livro que deixou de ser livro

Embora um livro seja para muitos um pequeno conjunto de folhas com letras e palavras, para mim ultrapassa o imaginável... Não há descrição para a sensação que sinto ao ler um livro, a maneira como ele tem efeito em mim... Quando há um momento de tensão e estou agarrado ao livro para ver o que acontece; quando há um momento de tristeza e eu entristeço-me também... Vivo mil e uma reações, da mais inóspita à mais efusiva, tudo porque um livro é uma fonte de prazer e sabedoria tal, que nos envolve de tal forma, que passamos a fazer parte daquele enredo magnífico.
 Há poucos dias, isso aconteceu mesmo. Estava a ler um livro sobre atletas com deficiências motoras que, apesar das dificuldades, ultrapassaram os obstáculos e concretizaram o seu sonho. O livro centrava-se no atleta paraolímpico português Salvador, que é um exemplo de vida, coragem e força de viver tremenda... E eis que ele ganha vida, mesmo à frente dos meus olhos... Reagi com admiração, mas um sentimento mais forte tomou o meu pensamento: que orgulho estar perante um desportista único, não por ser bonito ou ostentar riqueza, mas sim pela sua história de vida.
  Ainda em estado de choque, eis que ele me pergunta:
 -Prazer, sou o Salvador! Vejo a tua admiração pela minha pessoa. Que dizes de embarcarmos numa aventura diferente, na aventura da minha história de vida?
  -Claro que sim!
Foi com prazer que embarquei nesta viagem... Mas tudo foi tão rápido, a viagem no seu pensamento... Constatei que teve uma infância difícil, envolvida em droga, e que perdeu os seus pais ainda pequeno. Ficou paraplégico num acidente de viação cujo enredo culminou na tristeza a cem por cento... O carro destruído, familiares a chorar, bombeiros aflitos, uma tensão tal que chocou Portugal nesse dia... Porém, apesar de todas as adversidades, tornou-se atleta aos 18 anos e foi medalha de ouro nos Jogos Olímpicos em 2012.
 Foi com orgulho, respeito e admiração que conheci a vida deste herói e, mais do que isso, aprendi que a vida é curta, se nós próprios a fizermos breve...

Gonçalo Nunes, 8º E

Descobrindo com Camões


Estava deitado na minha cama a ler Os Lusíadas, a pedido da professora de História, desde o início do ano. Mas que livro maldito: descomunalmente grande, todo em poesia e sobre os Descobrimentos! Seria mesmo possível alguém temer um cabo? Era apenas um monte de pedras! E seria assim tão difícil atravessar um ou dois oceanos para chegar à Índia.
A única coisa interessante no livro era o retrato do autor: alto, magro, altivo, sem um olho e coroa de louros à cabeça, vestes majestosas e cara corajosa: Luís de Camões. Considerava-o a personagem principal daquele livro, imaginava-o vivendo todas as aventuras que descrevia com as letras, pois não havia personagens concretas em Os Lusíadas. Antes de me deitar, deitei mais uma olhadela ao retrato, que, para meu espanto, se mexeu. Intrigado, aproximei a cara para inspecionar. Então, sugado por uma força bruta, entrei pelo livro adentro.
Quando abri os olhos, estava numa caravela. Ao meu lado estava (a princípio não acreditei) Camões!
- Pois achas que os Descobrimentos foram fáceis – inquiriu este e, antes de obter resposta, acrescentou - pois vamos confirmar ou não a tua tese.
- Mas onde estamos? Quem são estes? – gaguejei eu, apontando para as pessoas que passavam à nossa frente, carregando sacos e mercadoria, ignorando-nos.
- Estamos na caravela de Vasco da Gama, e estes são os marinheiros, que não nos veem ou ouvem. Somos inexistentes para eles. Dirigimo-nos à Índia. Boa viagem! –
- respondeu o escritor.
Antes de poder responder, uma sombra cobriu o barco, era o Cabo das Tormentas! Imediatamente uma tempestade começou. Mercadoria voava pelo ar, marinheiros caíam à água e caravelas da frota eram engolidas pelo mar. Cheio de medo, agarrei-me a Camões, gritando “Tire-me daqui!”.
De imediato, apareci no meu quarto. Nem quis experienciar o resto da viagem até à Índia, só de imaginar a fome e doenças que enfrentaria. E foi por isso que tirei boa nota a História e nunca mais contradisse um livro.

João Pedro Pinto, 8ºA  



Uma vontade de prata

O livro que lia chamava-se “Vontade de Prata”, estava mesmo a gostar, a apreciá-lo tanto que me imaginei dentro dele…
De repente, decorria o ano 2012, e eu estava com o meu amigo Bernardo a falar do seu  treino e da sua intenção de concorrer aos jogos olímpicos na esperança de ganhar. Incentivei-o e ajudei-o a treinar.
Umas semanas depois, recebi um telefonema do hospital a dizer que o Bernardo tivera um acidente de carro e que estava com as pernas partidas. Tive uma tontura, mas recompus-me e fui ter com ele. Era verdade! Ele estava de cama e já tinha feito a cirurgia, mas estava paralisado da cintura para baixo. Depois de um ano de descanso e fisioterapia, o Bernardo andava de cadeira de rodas e parecia ter talento com aquilo. Sem nenhum professor, aprendeu a manejar a cadeira num instante.
Então, lembrei-me:
-Sabes o que podias fazer?
-O quê?-perguntou.
-Podias ir aos Jogos Paralímpicos!
-Não sei…
-Vá lá! És ótimo na cadeira e ainda tens força nos braços. Com um pouco de treino, consegues.
-É verdade!- concordou- Obrigado!
-Queres ser o meu treinador?- perguntou ele.
-Claro!
E então treinámos durante imenso tempo e, quando chegaram os Jogos, ele estava em ótima forma! Fomos para o estádio. Era enorme! Tinha um campo no meio com equipamentos de provas e à volta uma pista de atletismo. Era imponente e magnífico!
O Bernardo superou todas as provas sem dificuldade e, quando a prova de atletismo chegou, ele estava confiante!
Correu com afinco e, na última volta, estava em primeiro. Eu pensava que ele ia ganhar, mas alguém ultrapassou-o e ficou em segundo. No fim, ganhou a medalha de prata e ficou conhecido pela sua coragem e persistência.
Eu felicitei-o por este feito e senti-me orgulhoso dele.
Quando o ia abraçar, parei! O livro tinha acabado e estava de volta ao meu quarto… Foi uma linda história que eu adorei.
                                                                                                                                         João Vilas Boas, 8º E

Porquê tanto sucesso nas salas de cinema?

“Despicable me 2” ou “Gru- O maldisposto 2”, como é chamado em Portugal, é considerado uma das maiores estreias a nível mundial. O filme foi um grande sucesso e ao fim de uma semana os lucros superaram os custos do mesmo.
De facto, é um filme bem concebido, com bons gráficos, resultando numa comédia hilariante. Todos se conseguem divertir e com todos quero mesmo dizer toda a gente, pois é um filme para todas as idades! Mas porquê? Esta longa-metragem é a continuação de um sucesso anterior e talvez por isso também tenha sentado tanta gente nos bancos do cinema.
Além disso, na versão portuguesa, a dobragem é feita por atores e atrizes muito famosos como, por exemplo, Nicolau Breyner, no papel do vilão Gru, e Rita Blanco, no papel da espia Lucy Wilde. No filme, o amor surge entre os dois protagonistas que vão ter de ultrapassar vários problemas divertidos para poderem ficar juntos.
Por fim, acredito que a grande banda sonora de Pharrell Williams animou muito mais o filme e rapidamente o seu tema “Happy” se tornou um sucesso mundial.
Na minha opinião, a produção de Cris Meledandri e Janet Healy e a direcção de Pierre Coffin e Chris Renaud estão de parabéns! Todos esperamos ansiosos pelo novo filme que está previsto estrear em dezembro de 2014. Acredito que voltará a ser um sucesso e que tornará a contagiar o mundo tal como todos os outros anteriores.

Sara Leitão, 8ºD



Vidas distintas


Na atualidade, levanta-se uma grande questão antagónica “viver na cidade ou no campo?”. Este dilema suscita diversas dúvidas, questões, interrogações que levam a discussões e debates diários sobre o assunto.
No campo, a vida é mais calma e serena. A população vive mais relaxada e tranquila e as pessoas são mais acolhedoras e humildes. O reduzido número de fábricas e carros torna o ambiente campestre mais limpo e saudável, porém, por outro lado, também há algumas condições desfavoráveis como, por exemplo, a falta de tecnologias, a baixa instrução das pessoas campestres e o modo de vida algo antiquado.
Na cidade, as pessoas recorrem mais ao uso das tecnologias, há um maior número de habitantes, mais atividade, mais possibilidade de emprego, mais locais de lazer, como centros comerciais, discotecas, cinemas, entre outros. Contudo, a vida de um citadino não é perfeita, uma vez que estão expostos a muita poluição, há mais stress, confusão e menos convívio.  
Eu prefiro viver na cidade porque é um lugar não só mais ativo, mas também agitado, interativo, emocionante, o que está inteiramente relacionado com o meu ser (social). Tenho também acesso a melhores estudos e a uma maior oportunidade de trabalho no meu futuro.
Apesar de todas as benesses da vivência no meio rural, os jovens da atualidade preferem, sem qualquer sombra de dúvidas, viver na cidade.

Beatriz Melo, 8º E

Campo ou cidade? 


Viver no campo e viver na cidade resulta de uma escolha, às vezes, sem outra opção.
A meu ver, viver no campo é mais saudável. Há mais solidariedade e familiaridade entre as pessoas, porque se conhecem melhor e dispõem de mais tempo para conviverem.
Não se perde tanto tempo em transportes nem com futilidades, como passear em centros comerciais e fazer compras. A alimentação e o ar puro que se respira é também mais saudável.
Por outro lado, na cidade, é  mais fácil obtermos tudo o que precisamos, seja alimentação, vestuário, educação e até a cultura fica mais acessível, tendo em conta que a oferta é grande. Não faltam cinemas, teatros, concertos e bibliotecas. Porém, o que se ganha com isto tudo perde-se na proximidade com as pessoas.
Por tudo o que disse, entendo que o ideal é viver durante a semana no campo e aos fins de semana usufruir do sossego e tranquilidade do campo.

Diogo Silva, 8º E