segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Natal

Durável - apenas o Meninozinho nas suas palhas, a olhar para este mundo.

Cecília Meireles


Desejamos a toda a Comunidade Educativa do CIC e a todos os seguidores deste blogue um Santo Natal e um Feliz 2014.

Porque o Natal também é RECORDAR…

Os alunos do 7º ano escreveram alguns textos sobre situações familiares e escolares que perduram ainda na sua memória…


        O meu último Natal
Na noite de 24 de dezembro, estava muito frio e nevoeiro.
Eu e os meus pais chegamos a casa dos meus tios para jantar. Quase não reconhecia aquela moradia, pois tinha iluminações por todo o lado, uma árvore de Natal que chegava ao teto, de tão grande que era, e a mesa, onde íamos comer, possuía louça natalícia. Sentamo-nos a jantar. O prato que a minha tia tinha preparado era caldeirada de bacalhau. Estava tudo delicioso! De seguida, acomodamo-nos no sofá a aquecer os pés na lareira e a conversar uns com os outros.
À meia-noite, abrimos algumas prendas que vinham embrulhadas em brilhantes, coloridos e vistosos embrulhos. Após este momento, dirigimo-nos a casa para dormirmos.
 No dia seguinte, o despertador tocou e eu acordei. Depois do pequeno-almoço, abri mais prendas dos meus pais e agradeci-lhes imediatamente. Lembrei-me que era dia 25 e, como tal, íamos jantar a casa da minha bisavó. Fiquei feliz e entusiasmada por a ver e por encontrar toda a minha família ali reunida. Apesar de já ter uma idade, a minha bisavó continua a ser meiga, carinhosa, atenciosa e com bom coração.
 Jantamos, conversamos, rimo-nos, brincamos e, com muita pena minha, tivemos de regressar a casa.
 E, assim, terminou mais um Natal, que me encheu o coração de alegria. Aprendi que o Natal não é meramente prendas, mas sim família. É importante estarmos todos unidos nesta época tão especial.
                                                                       Bárbara Lourenço, 7ºB
O dia de Natal

           

Certo ano, fui passar o Natal a casa dos meus avós maternos. Quando lá cheguei, reparei que a casa continuava exatamente igual: grande, com a relva verde, um pátio rachado e as paredes brancas tinham a tinta a sair. Entrei e cumprimentei os meus familiares: os meus avós, os meus primos… Senti o cheiro do Natal: o bacalhau, o peru, o bolo-rei.
            Depois, fui brincar com os meus primos. A seguir, chamaram-nos para jantar. O ambiente era ótimo: todos conversavam, alegres, naquela grande e velha casa. Depois de jantar, chegou a hora mais esperada: era hora de abrir os presentes. Eu recebi um jogo para a playstation, dinheiro e alguns Legos. Ao darmos os presentes, reparamos que o meu pai e o meu irmão tinham desaparecido. Procuramos por toda a casa, mas eles não apareciam. Então, quando menos esperávamos, o meu pai apareceu a puxar um carrinho que tinha construído para o meu irmão, que vinha lá dentro.
            Com muito riso e muita alegria, naquele calor da família, vivenciámos momentos inesquecíveis.

Pedro Moreira, 7º D

A neve

Num frio e feio dia de janeiro, em que o céu cinzento, o nevoeiro fino e as nuvens espessas cobriam a escola, aconteceu uma coisa magnífica.
Estávamos na aula de Português a ler um texto. Um texto sobre neve. Era interessante, mas todos estavam mal-humorados, por causa do tempo.
-Carolina?
-Sim, professora?
-De que fala o texto que acabamos de ler?
-Fala de neve, professora.
Nesse momento, olhei pela janela. Nem acreditava no que via! Flocos de neve caíam do céu como pequenas fadas delicadas.
-Oh, neve!- exclamei eu.
-Sim, Carolina, ouvi bem da última vez, não era preciso repetires!
-Não é isso! Está a cair neve lá fora!- retorqui.
Todos olharam pela janela. Era verdade! Uma visão magnífica!
-Professora, podemos ir lá para fora, por favor?-suplicamos em coro.
-Não sei…
-Por favor! Vá lá, vá lá!
-Está bem!-concordou a professora.
Minutos depois, todos os alunos brincavam na neve. A manta branca cobria o chão e até o topo dos edifícios! Até a estátua de Claret ficou branquinha!
Foi um dia que começou feio e triste, mas acabou lindo e maravilhoso. Nunca o hei de esquecer!

Carolina Costa, 7ºA

Natal mágico

Estava noite cerrada. Toda a aldeia se enchera de luzes, que lhe conferiam uma enorme alegria. Era o Natal de 2012.
As minhas tias andavam, apressadamente, a enfeitar as iguarias para aquela noite, que tudo indicava que seria mágica.
Chegados os convidados, sentamo-nos muito vagarosamente à mesa.
Daí a uns instantes, todos começaram a falar do que seria um Natal mágico. Então, cada um disse o que pensava. Quase todos disseram o mesmo, ou seja, que o Natal era um momento em família, um momento de convívio. Quando chegou a vez da minha prima Érica opinar, esta disse uma frase que me fez pensar: “O Natal é um momento em família, claro que sim, mas nem todos podem ter essa sorte”.                                                                                           
  A noite continuou mágica e alegre. Toda a minha família se sentia ainda mais unida. Todavia, aquela frase não me saía da cabeça e, por mais que a quisesse esquecer, não conseguia.
Aproveitei o momento de estarem todos ocupados com as suas tarefas, para dar uma escapadela. Fui ao jardim, olhei para o céu e lá estava ela, a estrela mais brilhante da minha vida. Fiquei, por uns momentos, a pensar e regressei para a festa.
 Estive calada o resto da noite. No caminho para casa, perguntei, então, à minha mãe o que aquela frase queria dizer. Ela explicou-me que nem todas as crianças tinham uma família unida como a nossa. Naquele momento, tudo fazia sentido
Beatriz Mendes, 7ºB

A Descoberta

           
Era um dia normal, igual a tantos outros, estava eu sentado no recreio, enquanto os meus amigos jogavam à bola.
            Isabel estava a falar com as amigas e a dar risadas. Era linda, tinha cabelos ondulados e loiros, olhos verdes, era alta e magra. Cheirava sempre a rosas, pois fora o perfume que eu lhe dera nos anos.
            Estava na hora da aula de Educação Física e o professor nomeou-me para fazer as equipas. Escolhi logo Isabel e durante a aula não paramos de falar. Eu sentia-me feliz!
            Quando tocou, ela foi comigo guardar o material. Era uma sala cheia de bolas de futebol e outros materiais e, apesar de cheirar a mofo, era o sonho de toda a gente da escola ter a chave dessa sala.
            O professor Emanuel fechou a porta mas, quando se foi embora, deixou cair a chave da sala. Ainda tentei dizer-lhe, porém, já não cheguei a tempo. Tinha aquela chave na minha posse, estava radiante! Fui logo contar à Isabel. Ela riu-se e deu-me um beijo na cara.
            Não podia acreditar, agora toda a turma me adorava e eu sentia que a minha relação com a Isabel era mais do que uma amizade.
            Mais tarde, o professor descobriu que tínhamos a chave, todavia, até isso acontecer, foram os melhores dias da minha turma!
            Podemos ter perdido a chave, mas eu não perdi a Isabel!
Miguel Alves, 7ºA

Uma prenda fabulosa

Estava eu em minha casa, sentado no sofá, com um bloco de notas no colo e uma caneta preta na mão, a tentar decidir o que queria para os meus anos. Estava bastante indeciso, então, pousei o bloco e a caneta no chão e pus-me a olhar para as paredes da casa. Eram brancas e estavam um pouco manchadas. O teto também era branco, com um enorme candeeiro no centro. Acho que nunca tinha observado a minha casa com tal atenção.
Os meus pais ainda não tinham falado sobre os meus anos, o que achei estranho, por isso, decidi ir conversar com eles. Quando lhes perguntei se se tinham esquecido do meu aniversário, eles limitaram-se a dizer que não.
Chegada a manhã do meu dia de aniversário, olhei para o chão do meu quarto a ver se encontrava uma prenda no chão. Nada! A minha mãe entrou no meu quarto, mandou vestir-me e levou-me para o carro. O meu pai esperava-nos e, sem pronunciarem uma palavra, levaram-me para o aeroporto. Esperamos meia hora, até que entramos num avião. Voámos duas horas até aterrarmos numa cidade totalmente desconhecida para mim.
De repente, os meus pais gritaram-me “Parabéns!” Percebi o que se passava e comecei a olhar em redor: vi uma alta torre de pedra, muito antiga e várias casas de cores diferentes. Sentia o cheiro das flores no ar e as pessoas caminhavam com um rosto alegre.
Depois deste dia, passei a dar menos valor às prendas materiais. Esta foi, sem dúvida, a melhor prenda que alguma vez poderia receber.

António Grangeia 7ºD 

A tia mais forte do mundo

Há uns anos atrás um acontecimento abalou a minha família: a minha tia ficou com cancro.
Não fui o primeiro a saber mas andava desconfiado. Passei dois dias apreensivo até que a minha mãe se dirigiu a mim e disse:
 - António, tenho de te contar uma coisa.
 - Fiz alguma asneira? - perguntei eu já preocupado.
- Não! É a tia Graça… ela …tem cancro.
Não tinha ouvido falar muito nessa doença, mas sabia o que acontecia e, por isso, chorei, a minha cara ficou vermelha, com olheiras e não conseguia prestar atenção a nada nem a ninguém.
Quando soube que ela já estava em casa dos meus avós, quis logo ir visitá-la, a minha mãe deixou e lá fomos nós.
 Entrei no apartamento, que é espaçoso, com peças de louça por todo o lado e com um cheirinho sempre bom. Mas, naquele dia, eu nem me apercebi desses pormenores, queria ver a minha tia.
 A minha cara foi de espanto quando a vi e, como sou curioso, perguntei:
-Porque é que usas esse lenço?
 A resposta veio em dois simples gestos: desamarrar e tirar o lenço. Pela primeira vez, vi a minha tia sem cabelo… a sua cara ficou pálida, o corpo estremeceu e, ao olhar-se ao espelho, quase chorou.
Toda a família sempre acreditou na recuperação da minha tia, incluindo ela mesma e, apesar de ser difícil de acreditar, a minha tia venceu o cancro. Duas vezes!
 É por essa razão que eu acho que a minha tia é a tia mais forte do mundo.

António Costa, 7º D

O primeiro dia de aulas

Num dia lindo de verão, eu entrei para o primeiro ano escolar.                 
 A escola era grande, espaçosa e imponente. Eu, como não conhecia ninguém, tentei conversar com alguns colegas, mas estes não me “ligavam nenhuma”.
Às nove horas em ponto, fui para a sala de aula, onde vi a minha professora Raquel a escrever a data no quadro. Fiquei admirado, não esperava encontrar uma sala tão bonita, de paredes amarelas, pequenas janelas verdes, quadro preto e secretárias castanhas.                     
No intervalo, observei atentamente os meus colegas a jogarem à bola. Eles eram uns “craques”, nunca perdiam a bola e foi então que lhes pedi para jogar. Porém, nem todos estavam de acordo, exceto um que disse:  
 - Vá lá, deixem-no jogar!  
Esse colega chamava-se Filipe e acabou por se revelar um grande amigo durante os quatro anos que estudei nesta escola.
Durante o jogo, dei o meu melhor e consegui surpreender os outros jogadores quando marquei dois golos fantásticos que deram a vitória à minha equipa.
No final, cumprimentamo-nos e, a partir daí, formámos uma equipa imbatível.
  Bruno Azevedo, 7ºC

Uma floresta amiga

Era a véspera de Natal do ano 2010, quando aconteceu uma das maiores discussões da minha vida.
Como todos os anos, fomos passar o Natal na casa da minha avó. Era uma casa grande, velha, mas em bom estado, porque já se tinha sido sujeita a muitas recuperações. Tinha grandes e magníficos jardins, todos muito bem tratados. Era um autêntico palacete.
Era princípio da tarde, quando tudo começou… Tinha acabado de descobrir que um dos muitos presentes, que tinha pedido para o Natal, não o iria receber. Os meus pais diziam que eu era muito mimada e que tinha de mudar a minha atitude.
Fiquei muito zangada, por isso fui dar um passeio numa floresta próxima.
Diziam que era uma floresta assombrada, mas eu não queria saber. Ao colocar o primeiro pé naquele local, senti logo um arrepio, no entanto não desisti e decidi aventurar-me.
Andei mais um bocado e percebi que era uma floresta escura, triste e cheia de eucaliptos e pinheiros. Tinha várias rochas e vários animais voadores.
Passado algum tempo, ouvi vozes e resolvi seguir o som para indagar de onde elas vinham. Descobri dois irmãos que se apresentaram. Chamavam-se Inês e João e tinham a mesma idade que eu, nove anos. Disseram-me que tinham sido abandonados e eu decidi levá-los comigo para passarem o Natal na companhia de alguém. Quando chegamos a casa, eu contei à minha família a sua história e os meus tios adotaram-nos.
Nós ficamos contentes e descobri que, nesse dia, a minha atitude tinha mudado e que tinha acabado de encontrar dois grandes amigos para o resto da minha vida.
Foi assim que a floresta passou de assombrada para conciliadora.
Margarida Faísca, 7ºD