terça-feira, 23 de dezembro de 2014

É NATAL …


«Se crês que o sorriso é mais forte que as armas,
Se crês no poder de uma mão estendida,
Se crês que aquilo que une os homens é mais forte que aquilo que os separa,
Se crês que ser diferente é uma riqueza e não um perigo,
Se sabes olhar para os outros com amor,
Se achas que deves dar o primeiro passo ao encontro do outro,
Se te alegras com a alegria dos outros,
A PAZ VOLTARÁ!»
J. F. Moratiel


E foi acerca de valores, e contra a DISCRIMINAÇÃO, que os nossos alunos redigiram textos que apelam à reflexão e, posterior, ação, numa quadra se caracteriza pelo amor ao próximo.
Discriminação: um problema que “passa ao lado”?


Atualmente, vivemos numa sociedade em que os contrastes são mais evidentes e são, muitas vezes, a principal causa das disputas e conflitos que ocorrem.
Na verdade, os casos de discriminação são cada vez mais frequentes, não só ao nível físico, isto é, da estatura, aparência, vestuário, mas também ao nível dos direitos e deveres dos cidadãos. Por exemplo, a escola é um local onde a disciminação tem lugar com mais frequência, pois as crianças e os adolescentes têm tendência para criticar e cobiçar tudo o que é dos outros. Assim, criticam aquilo que não têm, ou o que possuem, mas que não corresponde aos mesmos critérios de perfeição: a casa, o vestuário, o telemóvel...
No entanto, também nos deparamos com atitudes discriminadoras na rua, no trabalho, ou mesmo num simples café, quando assistimos ao racismo, à segregação de pessoas debilitadas, entre outros.
Na minha opinião, dever-se-ia defender a igualdade de todos os cidadãos, pois, apesar de sermos todos diferentes, somos todos iguais. Assim sendo, deve-se fomentar a entreajuda, para tentar combater as divergências que afetam o mundo. Quantas vezes não vemos uma pessoa idosa carregada e não a ajudamos? Quantas vezes ignoramos pessoas que nos pedem auxílio só por causa da sua religião ou etnia?
Concluindo, considero que todos somos um pouco discriminadores, pelo que deveríamos tentar enfrentar essa visão que, a meu ver, é responsável por conflitos que ocorrem no nosso quotidiano e que, desta forma, seriam evitados.

Maria João Vilaça, 9ºB
Discriminação, um tema muito debatido


A discriminação é, sem dúvida, um tema muito debatido, seja nos meios de comunicação, em casa, na escola, no trabalho.
Normalmente, quando pensamos no assunto, surge-nos na mente a imagem de uma criança de cor, ridicularizada por outras de raça branca. Mas será só nestes casos que esta ocorre? A meu ver, não. A discriminação surge em diversas ocasiões e relativamente a diversos aspetos: quer físicos (cor, estatura, peso), quer sociais e ideológicos (posses da família, casa, origem, religião). Na verdade, tudo pode ser “motivo” de troça e desprezo.
Anos atrás, até os doentes eram alvo de afastamento, de vergonha, e eram abandonados pela família.
Felizmente, hoje em dia, as coisas estão a mudar, e o mundo está a tornar-se mais sensível a este tema, e a procurar soluções para o problema. Campanhas de sensibilização são mais frequentes, e, a pouco e pouco, as mentalidades mudam.
Na minha opinião, nunca existe motivo válido para a discriminação e desigualdade. Seguindo a ideia “Todos diferentes, todos iguais”, todos merecem uma hipótese e qualidade de vida. Que direito temos nós de criticar alguém pelo seu aspeto, pelas suas roupas, pelos seus resultados escolares? Talvez o rapaz, com quem gozamos por não ter um telemóvel topo de gama, tenha de trabalhar para ajudar a garantir as refeições da família. Não sabemos, na realidade, aquilo por que as pessoas passam, o que vemos é apenas uma parte delas. Em vez de pôr de parte a nova aluna asiática da turma, porque não ajudá-la, acompanhá-la, num sítio onde tudo é novo para ela?
Acabar com a discriminação só depende de nós, e é nosso dever, na parte que nos toca, ajudar os que nos rodeiam a verem cumprido o seu direito de serem felizes.


Lia Noga, 9ºB

Não à discriminação!

A discriminação acontece quando se considera que alguém não tem os mesmos direitos, e será sempre um ato reprovável.
Como se sabe, a discriminação é um assunto muito falado mundialmente e é uma situação que acontece, a toda a hora, em todos os países, quer sejam desenvolvidos ou estejam em desenvolvimento.
Existem variados tipos de discriminação, e pode dar-se através da cor de pele, o tipo de vestuário, os recursos económicos e as preferências clubísticas… O motivo mais frequente é a diferente cor de pele, o que leva ao racismo.
O racismo e a discriminação encontra-se, muitas vezes, nas escolas e é nosso dever ajudar essas vítimas. Podemos ajudá-las reportando a situação ao diretor da escola, à APAV ou à polícia e criando ou apoiando campanhas contra estas atitudes.
Nós, cidadãos, conseguimos mudar o mundo exterminando a discriminação, no entanto, depende também de cada um proteger e apoiar as pessoas e espalhar pelos amigos, conhecidos e familiares as situações vividas pelas vítimas, incentivando-os a ajudar.
Em suma, todos os seres humanos têm os mesmos direitos, por isso não devemos segregar ninguém. O futuro do mundo e a paz estão nas nossas mãos!

Diogo Castro, 9ºB
Um ato reprovável de cobardia…

Quantas vezes já ouvimos uma pessoa dizer a um negro “ó preto” e a alguém de etnia mongol “chinoca”. Isto são exemplos de racismo e de discriminação.
A discriminação pode ter várias origens, como por exemplo: a raça, a cultura, a língua, a cor, a estatura, e a descendência.
Na minha opinião, a discriminação sempre foi e sempre será um ato reprovável de cobardia, apesar de muito raramente e em alguns casos poder ser justificada.
O ato mais comum de discriminação é o racismo, principalmente para com os negros; começou com os descobrimentos (os negros eram considerados inferiores) e continuou até à atualidade, passando pela guerra civil americana, pela 2ª guerra mundial, com os nazis e os judeus, até aos finais da década de 60, onde, principalmente nos EUA, se via uma forte discriminação dos negros,
Mas, ultimamente, tem havido grandes alterações a nível social, não se verificando grande discriminação, um dos melhores exemplos é Barack Obama, que é negro e é presidente dos EUA, entre muitos outros casos.
Muitas destas novas celebridades a nível mundial tomaram como exemplo Martin Luther King, que defendia a igualdade dos direitos de toda a população, e que, apesar de ter sido assassinado, o seu nome ecoa por todo o mundo como sinónimo de luta e de igualdade.
Em suma, na minha opinião, a discriminação é um dos males a ser erradicado do nosso planeta, para podermos dizer não ao preconceito que se tem em relação a outras etnias, apenas porque são diferentes.
João Ladeira, 9ºB
Um ato repudiável
Na minha opinião, a discriminação é um ato repudiável, pois creio não fazer o mínimo sentido gozar, excluir ou simplesmente ignorar outro ser humano, só porque é diferente de nós.
Primeiro, penso ser um ato de extrema cobardia, pois, de certeza que muitas das pessoas que discriminam fazem-no por se acharem inferiores e, para elas, essa é a única maneira de se sentirem melhor consigo próprias ou de fazerem o outro sentir-se inferior, não conseguindo aceitar o facto da outra pessoa, eventualmente, ser melhor do que elas.
Em segundo lugar, penso que o ser humano, com a inteligência que possui, deve unir-se e cuidar do mundo à sua volta e não se envolver em confusões, só porque há pessoas diferentes. Pois, se estivermos atentos, percebemos que o ser humano julga o próximo pela cor da sua pele, ou por aquilo em que acredita.
Em suma, penso que devemos pôr um fim a este ato horrível e aceitar que nem todos os seres humanos são iguais e que é isso que os torna únicos e especiais.

Miguel Mota Teixeira, 9ºC
Diga não ao preconceito

A meu ver, a discriminação é um ato reprovável, visto que não é justo considerar que alguém tem menos direitos, apenas porque é diferente da maioria da população, ou porque não tem possibilidades económicas...
Existem diversos tipos de discriminação, podendo estes estar relacionados com a raça, cor da pele, peso. Todos eles levam a comportamentos desumanos, que podem facilmente ser alterados, visto que não têm razão de ser.
Têm sido feitos progressos no âmbito de reduzir este problema e a verdade é que, antigamente, a discriminação estava muito mais enraizada. Por exemplo, o falecido Nelson Mandela teve um papel muito importante na luta contra a discriminação de pessoas negras. Tal como ele, muitas outras pessoas e mesmo organizações têm contribuído para minimizar os atos de discriminação. No entanto, estas situações ainda são visíveis no nosso dia a dia, todavia é muito fácil impedi-las, através de pequenos gestos individuais.
Porquê rir daquele colega, por ele ter uma estrutura mais volumosa ou porque é muçulmano? Na essência, somos todos seres humanos que têm o direito de viver e ser felizes. Todos nós respiramos, sentimos, amamos. Porquê dar valor a pormenores insignificantes? Ponha fim ao preconceito, porque se todos o fizermos, a discriminação acaba e a felicidade torna-se um caminho possível e acessível a todas as pessoas.

Bárbara Vieira, 9ºC
Vamos mudar o mundo!
Hoje em dia, o nosso quotidiano está repleto de preconceito e discriminação para com as pessoas que nos parecem diferentes. Veem alguém com a pele mais escura… Chamam-lhe preto. Veem alguém mais forte… Chamam-lhe gordo. Tem óculos… É “caixa de óculos”.
Do meu ponto de vista, muitas pessoas, actualmente, não têm os mesmos direitos, não porque não os mereçam, mas porque os outros não os concedem. Vejamos o caso das pessoas de raça negra: muitas pessoas afastam-se delas, como se tivessem uma doença contagiosa. Houve até uma altura em que os negros não podiam misturar-se com brancos, o “apartheid”. Não digo que todos sejam discriminadores, mas temos de tomar medidas para que o preconceito não seja tão acentuado. Ser amigo de pessoas de diferentes culturas? Seria um excelente começo. Vamos criar campanhas de apoio aos pobres e aos que não têm casa, a todos os que são, de algum modo, marginalizados. Vamos ajudar o nosso próximo, que até nem tem braços, a levantar-se. Todos somos diferentes, mas iguais, ao mesmo tempo, porque Deus nos criou à sua imagem.
Concluindo, penso que temos de mudar o mundo, sim, e fazer dele um mundo melhor!

Natália Freitas, 9ºC
Saber aceitar as diferenças
Na minha opinião, a discriminação é um dos atos mais reprováveis exercidos pelo ser humano. A discriminação não tem razão de existir, não tem qualquer tipo de fundamento para ser praticada, não tem qualquer desculpa plausível.
    Este ato inaceitável baseia-se principalmente na nossa inveja ou no nosso carácter. É horrível discriminar alguém pela cor de pele, pelas deficiências físicas ou mentais que possui, ou pela religião. Por vezes, esquecemo-nos que dentro de cada um bate um coração de maneira igual à nossa, que, por muitas diferenças que tenhamos, a todos nós cabe o direito de pensar livremente e de exprimir o que sente ou o que pensa. Discriminar é não aceitar que todos temos os mesmos direitos e, ao mesmo tempo, é pensar de forma incorreta, visto que nós temos tanto de diferente como de igual, somos seres da mesma espécie e precisamos uns dos outros para viver.
    Para concluir, afirmo claramente que a discriminação deveria ser extinta, pois seria um grande passo para a Paz. Saber aceitar que as diferenças existem e que são importantes e, simultaneamente, belas, é uma garantia para um futuro melhor, mais risonho, cheio de esperança e de aceitação.
Catarina Pinto, 9ºD

Sejam diferentes para fazer a diferença!
  A discriminação foi, é e sempre será um ato reprovável, e um tema debatido globalmente que não surte quaisquer mudanças/alterações. O egocentrismo crescente impede a aceitação dos diferentes indivíduos inseridos na sociedade, o inevitável egoísmo impede-nos de olhar para além do nosso mundo próprio, a ganância faz de nós “senhores” de tudo e todos. A questão que coloco é: será isto o nosso futuro?
 Primeiramente, há que constatar que não há qualquer tipo de benefícios inerentes à discriminação, aceite numa base que se desenvolveu ao longo de décadas a uma velocidade estonteante e impercetível…
Desde muito cedo, o povo de raça negra, por exemplo, tem sido vítima de opressão constante do denominado povo superior, os designados “brancos”. Escravidão e tortura são vocábulos inconscientemente associados, de forma instantânea, aos “negros”, o que nos torna todos, de certa forma, racistas. No entanto, a meu ver, os papéis têm-se invertido: ambos, de um modo geral, se regozijam da sua raça e opõem mutuamente.
Voltando à atualidade, não é muito difícil ver exemplos de discriminação e, falando do ponto de vista pessoal, é absolutamente repugnante, medonho e exemplo de falta de princípios humanos, troçar, gozar ou discriminar outrem por tatuagens, cabelo, modo de se vestir, relações interpessoais, piercings, estilos de vida, modo de pensar, entre outros, que são próprios da identidade de cada um, é simplesmente desumano.
Há que ter consciência do seguinte: somos quem somos, possuímos identidade própria que nada nem ninguém pode julgar, visto sermos autênticos e especiais, cada um do seu modo/forma, com um papel a cumprir como cidadão universal do mundo.
     Portanto, com base no que escrevi anteriormente, apelo aos leitores para que façam parte da mudança: sejam diferentes para fazer a diferença!


Gonçalo Nunes, 9º E
Algumas leis da vida




Todo o ser humano tem certas responsabilidades para com o outro, entre elas, o respeito, a entreajuda e a solidariedade.
Considero que o respeito mútuo entre as pessoas é uma das leis da vida mais importantes. Não interessa os gostos, a forma de vestir, a religião ou qualquer outra diferença… Há que respeitar, se queremos ser respeitados.
Outro dos valores fundamentais é a entreajuda. Quando um dos nossos amigos está triste, quando precisa de um ombro para chorar, porque não ficar do lado dele? Amparar quem está ao nosso lado preenche também o nosso coração
Porém, além de ajudarmos os nossos entes queridos (algo que devia ser praticado todos os dias), devemos também ser solidários para com os mais carenciados que, muitas vezes, nem têm um teto onde se abrigar. Há tantos bens de que já não necessitamos... para quê desperdiçá-los quando há tanta gente que os aproveitaria?
Mesmo assim, muitas pessoas são egoístas ao ponto de se recusarem a partilhar algo seu. Não há motivos para esse comportamento. Ajudar alguém deve ser um ato exercido diariamente, a “boa ação do dia”. Não queiram experienciar viver na rua, passar um dia sem comer, lutar pela sobrevivência…
Concluindo, há gestos que nos devolvem o sorriso…


Matilde Fernandes, 8º A
E foi assim que tudo mudou


Chamava-se Alexandre, aquele rapaz cuja vida mudou por completo e cuja história irei contar-vos hoje…
Alexandre chegou à escola e, como já era habitual, a partir do momento em que os seus pés pisavam o chão desta, a sua face tomava um ar tristonho e o seu olhar ficava sempre direcionado para os seus sapatos rotos e cobertos de lama, sem nunca estabelecer contacto visual com ninguém.
Era uma sexta-feira, o dia mais feliz para aquele rapaz, pois para si as aulas eram um pesadelo tornado realidade. Alexandre passava por grandes dificuldades económicas em casa, mas, visto que não tinha amigos não podia contar com um ombro para chorar ou desabafar. Talvez por esse motivo, usava sempre a mesma roupa ensopada com a água da chuva e já sem cor, as típicas calças com remendos e os sapatos com os cordões desfeitos pela lama, que se encontrava no caminho que o jovem percorria ate chegar à escola. Talvez por esse motivo era sempre julgado e não agradava a ninguém, mesmo sem saberem o que lá no fundo se passava. Talvez por esse motivo o rapaz fosse tão infeliz.
Consegui! Consegui! Estamos salvos! – gritou a mãe de Alexandre assim que este chegou a casa.
Sem perceber muito bem o que estaria a passar-se, o rapaz não hesitou e questionou:
- Ai sim? Então porquê?
A mãe não respondeu, pois estava sem fôlego, limitou-se a pegar num envelope onde estava escrito “cinquenta mil euros” e mostrou-o ao filho.
Acreditem ou não, foi um daqueles programas da TV, de sábado à tarde, aos quais a mãe de Alexandre nunca faltava, pois, uma vez desempregada, ocupava assim os seus tempos livres, que veio resolver o seu problema…
Passou o fim de semana e, pela primeira vez, o rapaz estava confiante em si mesmo e com autoestima no topo, entrou na escola e os seus olhos brilhavam como as estrelas numa noite de lua cheia, as suas roupas novas eram o centro das atenções. E, o mais importante, é que Alexandre não teve vergonha da pessoa que era e conseguiu mostrar aos seus colegas o seu valor.
Desde aí tudo mudou. Alexandre era feliz e, agora invejado, por todos os seus colegas, apesar de continuar a ser o mesmo rapaz, apenas exterior mudara.
Filipa Oliveira, 7ºA
A história de um rapaz cigano


No outro dia, na escola, durante o intervalo do almoço, gerou-se uma discussão entre o Rui e um aluno novo chamado Ricardo, por causa de uma falta, enquanto jogávamos à bola.
Quase ninguém gostava dele por ser cigano, mas eu não via nada de mal nele, porém, como todos os ciganos, tinha aqueles traços étnicos que faziam com que as pessoas o olhassem de lado.
Talvez deva fazer uma descrição de Ricardo: era um rapaz alto, com cerca de 1,65m, tinha tez morena, o cabelo bastante escuro e espesso, possuía olhos verdes e um sorriso um pouco fechado, usava vestuário confortável, era um pouco magro e não era muito afortunado.
A discussão começou com um empurrão do Rui que provocou logo um momento de tensão entre os dois. O Ricardo tentou responder, mas foi agarrado por dois amigos meus, o Hélder e o Tiago. Imóvel, o Ricardo nada podia fazer senão ouvir o que o Rui tinha para lhe dizer. Então, o Rui começou:
- Então, rapaz! Chegas aqui e já te achas o rei? Olha que aqui as coisas não são bem assim! Ninguém se acha melhor que ninguém, caso contrário tem o que merece…
Tentando libertar-se, Ricardo tentou pontapear o Hélder e, a partir daí, a coisa ficou feia.
O Ricardo levou um potentíssimo soco na barriga, do Rui, enquanto era insultado por todos os colegas. Eu fiquei imóvel, pois temia ser agredido ou ofendido verbalmente, mas a minha vontade era ajudá-lo.
A discussão acabou com o toque para as aulas e foi o que salvou o Ricardo. Este ficou um pouco maltratado e com a moral demasiado em baixo. A sorte do Rui e do seu grupinho o foi que ninguém reparou no quão mal ele estava.
Apesar de toda esta grande briga ter terminado, esta situação deveria ter chegado aos ouvidos da direção para que se pudessem evitar estas situações de bullying na nossa escola e até em outras do mundo.
André Sande de Sá Topa, 7ºB
Espetador Silencioso

Bullying! Parece uma simples palavra, mas pode mudar uma pessoa para o resto da vida!
Todos os dias vejo aquela rapariga indefesa, de olhos azuis e cabelos castanhos entrançados, a ser vítima de bullying. Não, ninguém lhe bate. Mas insultam-na pela forma de ser e de vestir, Antigamente, revoltar-me-ia e defendê-la-ia, mas as coisas mudaram. Agora, também eu sou fraco.
Estava eu no meu canto a observar a rapariga das tranças, quando começaram os insultos: “feia”, “infantil”, “anormal”. Tudo isto era habitual. Se me irritava? Sim! Se alguma vez ia agir? Duvido! Sou um cobarde por não impedir que isto aconteça... eu sei que sou... mas é esse o problema... sou tão indefeso como aquela pobre rapariga. Observei-a mais atentamente. Nos seus olhos estavam visíveis lágrimas que ameaçavam cair, enquanto que a sua boca estava pressionada numa linha reta. Eu não conseguia aguentar aquela sensação de culpa. Dirigi o olhar para o rapaz e questionei-o, num ato de coragem:
-Importas-te de parar?
-Sim, porquê? Vais-me bater?- gritou-me ele
-E se o fizer?- retorqui.
-Anormal!- sussurrou entre dentes.
Enfureci-me. Agarrei-o pelos colarinhos e dei-lhe um safanão. Ele fugiu a correr e a rapariga apenas murmurou “Obrigada!” e partiu, também ela a correr. Foi a última vez que vi aquele rapaz. E, pensando bem, também foi a última vez que vi aquela menina...
Foi nesse dia que percebi que o bullying nem sempre marca apenas as vítimas, mas também os espetadores silenciosos que têm demasiado medo para agir.

Beatriz Sampaio,7ºD

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Bem-vindos ao novo ano letivo!


 Hora do Conto

Nada melhor do que uma história de encantar para assinalar o regresso às aulas... Os alunos do 5º ano foram convidados a recordar a história tradicional dos irmãos Grimm, «O Capuchinho Vermelho», assistindo depois à animação da versão atualizada de Luísa Ducla Soares, A Menina do Capuchinho Vermelho no século XXI.
Os discentes estiveram muito atentos e conseguiram elencar as semelhanças e as diferenças entre os dois textos. Porém, depararam-se com um problema: a história moderna não tem conclusão!
Lançamos aqui o desafio a todos os alunos para redigirem o final do conto, entregando-o à vossa professora de Português.
Digam-me lá vocês o que acham que ela resolveu?...



A Menina do Capuchinho Vermelho no século XXI – Luísa Ducla Soares

 


A Menina do Capuchinho Vermelho estava farta de viver num tempo antigo, num livro antigo.
Apanhou um dia o João, muito entretido a ler a sua história, e disse-lhe:
– Ajuda-me a saltar para o século XXI.
– Boa ideia! – exclamou o rapaz. Vem daí.
A garota pousou os pés no chão da sala, olhando à sua volta, espantada.
– Repara, está um elefante junto da tua janela.
Ele riu-se.
– Impossível! Eu moro no décimo andar. Aqui só chegam os pássaros.
A menina apontou para a televisão.
Mexendo no comando, o amigo mudou de canal e logo apareceu, por trás do vidro, o fundo do mar.
– Afinal tens uma caixa mágica – concluiu ela, preparando-se para ficar toda a tarde a ver filmes.
Mas o João tinha combinado ir visitar a avozinha.
– Veste o anorak azul – recomendou a mãe. — E leva uns bolinhos à avó Maria.
O rapaz vestiu o anorak, deu a mão à menina e saíram juntos.
– Esqueceste-te dos bolinhos que a tua mãe fez…
Como resposta, o garoto entrou com ela no supermercado.
– Aqui é que eu compro os bolos. A minha mãe passa o dia a trabalhar numa fábrica, não tem tempo para fazer gulodices.
A rapariga ficou admirada com aquela loja gigantesca. Esfregou os olhos pois parecia que estava num sonho. Para mostrar que era crescida e ajuizada, aconselhou:
– Não vamos pela floresta, que aí podemos encontrar o lobo mau…
João desta vez não se riu. A floresta à volta da cidade ardera no verão. Tinham-lhe deitado fogo para construírem mais prédios.
– E eu que gosto tanto de florestas…— choramingou a Capuchinho Vermelho. – nem posso pensar no mundo sem o verde das árvores, o perfume das flores, os bicharocos selvagens…
Iam a atravessar a rua quando… zás! surgiu um carro a grande velocidade.
As crianças fugiram para o passeio mas o veículo ainda embateu no saco de bolos do supermercado. Ficaram feitos numa papa.
– Cuidado! – gritou um polícia. Tomem atenção aos sinais. Querem morrer atropelados?
A menina nunca tinha visto um automóvel mas, depois daquela experiência, concluiu:
– Estou a ver que os carros ainda são mais perigosos que os lobos.
Cuidadosamente foram andando até casa da avozinha, que morava numa pequena vivenda com jardim.
– Truz, truz, truz! – bateu a menina.
– Trim, trim, trim! – tocou o rapaz à campainha.
A Dona Maria, espreitando pelo vídeo de porta, respondeu logo:
– Entra, meu netinho. Trazes uma amiguinha? Lembra mesmo a menina do Capuchinho Vermelho.
– E sou – exclamou ela. – Como hoje já não vou visitar a minha avó, fica para si o pão de ló que guardo no cestinho, feito com ovos das nossas galinhas.
A senhora ficou deliciada.
– Que maravilha! Hás-de me dar a receita.
Foi à dispensa buscar laranjadas e lancharam os três.
A certa altura, o telefone tocou. A avó foi atender. Quando pousou o telemóvel, até os olhos lhe sorriam.
– Como o lobo da velha história não veio visitar-nos, podemos ir nós visitar os lobos.
A menina do Capuchinho Vermelho assustou-se. O rapaz do anorak azul entusiasmou-se.
– Leva-nos ao jardim zoológico, avó?
– Não. No jardim zoológico, os lobos, coitados, estão presos numas jaulas. Até metem dó.
– Então? – perguntou o neto.
– Falou-me o Sr. Costa, que trabalha na reserva do Lobo Ibérico, para os lados da Malveira. Ofereceu-se para nos levar de boleia até lá, de jeep.
A garota desatou a tremer.
– Ai, os lobos devoram as meninas e as avozinhas… tenho medo. Vou voltar para a minha história.
– Que rapariga tão medricas! Há uma rede a separar-nos dos animais – disse a Dona Maria.
Lá foram os quatro. Passaram terras queimadas, povoações, chegando finalmente a uma casinha de madeira numa clareira.
– Já estou no meu ambiente! – exclamou a menina.
– Agora, – avisou o Sr. Costa – nada de barulho para não espantarmos os bichos.
– Vai caçá-los?—perguntou a garota, habituada aos caçadores que matavam os lobos no seu tempo.
– Não. É a hora da refeição deles.
– Que horror! – Eles têm horas certas para atacar os rebanhos? – afligiu-se a Capuchinho.
Os empregados do parque começaram então a dar de comer aos lobos, atirando pedaços de carne por cima da vedação.
– Parecem cães polícias! São lindos! Gostava de ter aquele com um olho azul, outro castanho.
O Sr. Costa disse então que podiam ser padrinhos de um lobo. Ajudavam-no a sobreviver e podiam visitá-lo sempre que quisessem.
– Eu quero ser madrinha de um bebé, do mais pequenino – murmurou a garota, já reconciliada com os seus antigos inimigos.
Foram até à casa de madeira. Cada um preencheu um papel. Depois receberam as fotografias dos seus afilhados.
A avó tirou dinheiro da carteira e entregou-o à senhora que estava ao balcão.
– É uma prenda para os nossos irmãos lobos, tão perseguidos ao longo dos séculos. O mundo também é deles!
Quando voltaram para casa, o menino do anorak azul perguntou à menina do capuchinho vermelho:
– Afinal peço à minha mãe para dormires no sofá-cama ou voltas para a tua história?
“Digam-me lá vocês o que acham que ela resolveu?” »