terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Imaginação não falta aos nossos alunos do 5º ano...

Se eu fosse um objecto, seria...

 um pincel


Se eu fosse um objecto, seria um pincel, com o meu longo e entrançado cabelo loiro.
Estava eu no meu quarto, a pintar um quadro.
Chovia, trovejava e as portadas abanavam todas.
De repente, veio uma ventania que abriu a janela e me levou a mim e à tela para o exterior, para o frio. Eu nem tinha levado casaco!
Abri os olhos, meio atordoado, e reparei que estava numa praia deserta, com a tela a meu lado, sem nenhum estrago. Continuei a pintá-la à sombra de uma palmeira cheia de tons de verde e de castanho.
Vi que as conchas, os búzios… estavam a caminhar para mim. Fiquei estupefacto ao ver que eles eram como eu, moviam-se!
Uma concha perguntou-me:
-O que é que tu és? Como é que te chamas?
-Eu sou um pincel. Chamo-me Manel e sou um pintor – respondi.
-Ah… Eu sou a concha Loncha, ele é o búzio Lúcio e estes são os nossos amigos! – disse ela.
-Estás a pintar um quadro muito bonito! – disse um búzio.
-Muito obrigado. – agradeci eu.
Eles conversaram entre eles e disseram:
-Compramos-te o quadro.
-A sério!? – exclamei.
-Sim, compramos-te o quadro por vinte conchas e ainda te oferecemos tinta! – afirmaram eles.
-Que fixe! Obrigado! – agradeci, entusiasmado.
Conversámos com o polvo e ele disse que misturar-se-ia com os corais e com as algas e que iria fazer muiiiiiitttaas tintas.
-Assim, vou poder fazer um quadro desta praia. Ora bem: azul para o céu e para o mar, amarelo para a areia, verde para as palmeiras…
-Ok, já percebemos que vais utilizar muitas cores, mas agora temos uma surpresa para ti. – referiram.
Os meus olhos nem acreditavam no que viam. Eles organizaram uma festa, que durou dia e noite, e o melhor é que eu era o rei da festa!
Arranjei muitos amigos, e com esta excitação toda até mandaram construir um museu no fundo do oceano, cheio de rochas e de cor. Estava muito bonito!
Casei com uma estrela-do-mar e tive muitos, muitos filhotes.


Maria João, 5ºC




 UMA LATA DE COCA-COLA LIGHT


Se eu fosse um objecto, seria uma lata de Coca-cola light. Sim, light, porque eu gosto de estar sempre em forma! Teria três grandes amigos: a lata de Fanta, a lata de Seven Up e a lata de Ice Tea. Viveríamos fresquinhas e juntinhas no frigorífico do bar do Colégio dos Carvalhos. Até que, certo dia, quatro meninos nos comprariam para matar a sua sede.
Assim que terminassem de saborear as suas bebidas, os meninos deitar-nos-iam ao chão sem qualquer preocupação de nos colocarem no ecoponto. Após sermos amassadas por rodas de carros e levarmos muitos pontapés, um dia, muito mais tarde, acordaríamos deste grande horror. Estaríamos numa fantástica loja de bicicletas na Alemanha e perceberíamos que tínhamos ­sido recicladas, fazendo então parte de uma linda bicicleta.
Essa bicicleta seria comprada por um emigrante Italiano que a iria oferecer à sua filha. Assim, faríamos outra pessoa feliz, só com um simples gesto: reciclar!
Reciclar é muito importante, podendo assim dar uma vida nova aos objectos!




                                                                                                               João Filipe Pereira, 5ºC

  UMA BORRACHA


            Se eu fosse um objecto, seria uma borracha e esta  seria a minha história
            Eu vivia num estojo abandonado dentro de um baú velho que existia no sótão, na casa de um menino chamado Tiago.
            Ora numa noite de trovoada, o pai do Tiago esqueceu-se de fechar a janela do sótão com a pressa de ir jantar e, quando estava a dormir, um trovão atingiu-me.
            No dia seguinte, acordei de manhã e, ao ver os objectos com os olhos fechados, perguntei-lhes:
            - O que se passa, não está assim tanto sol?
            - Pois és mesmo tu, o teu corpo está a brilhar muito! - disse a estante.
            De repente, vi o lápis a chegar, dirigindo-se aos objectos:
            -Trouxe óculos de sol para todos! Com a borracha a brilhar tanto, temos que nos proteger.
            - E nada melhor que uns óculos de sol mais modernos! - exclamou o livro.
            Quando me aproximei do Gaspar, o livro, reparei que todos os sítios por onde eu passava ficavam sem cor.
             No outro dia de manhã, a mãe do Tiago disse à D. Ana, a empregada, para ir dar uma limpadela ao sótão. Ao chegar lá, a D. Ana gritou:
            - AHHHHHHHHHHHHHH!!!!
             O Tiago subiu as escadas a correr  para ver o que se passava e, quando lá chegou, perguntou:
            - O que se passa?
            -Olha, está tudo descolorido...- afirmou a D. Ana.
            -Deixe estar, eu descubro o culpado.- sossegou o Tiago
         Depois de muitas voltas e de longos minutos, o Tiago apercebeu-se que uma coisa brilhava muito, aproximou-se e descobriu que era eu a detentora de tal brilho.
          Pegou em mim, impressionado com o meu brilho e, como não tinha nenhuma borracha, guardou-me dentro da mochila da escola.
            No dia seguinte, na escola, junto dos amigos de Tiago, fiz um “brilharete” com o meu brilho surpreendente.
             O Tiago, após muito pensar, descobriu que eu podia ser utilizada para apagar  as coisas erradas que existem no Mundo.
             Durante uma semana diverti-me imenso com o Tiago e os seus amigos, apagámos a inveja, a maldade, a hipocrisia, entre outros.
             No entanto, após sete dias, a trovoada voltou e eu voltei a ser uma borracha normal, mas com grandes e boas recordações e reparei que o meu amigo tinha adquirido a capacidade de reescrever palavras como Solidariedade e Amizade,  e ia ele, também, viver grandes aventuras.


                                                                                                                            Ana Rita Faria, 5º C