sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O recuo no tempo imaginado por duas alunas do 9º ano

O Recuo à Pré-História!

         Num domingo, a mãe decidiu que íamos ao museu das máquinas a vapor. Entramos no museu e deparamo-nos com uma senhora gorda, feia e impaciente que serviria de guia ao próximo grupo.

         Começamos por ver os comboios e, de seguida, uma máquina do tempo a vapor. Fiquei completamente fascinada e deixei que o grupo avançasse para poder apreciar de perto esta máquina. Entrei e encontrei inúmeros botões de todas as cores e um ecrã gigante.

         Carreguei num e noutro botão e depois num outro e, só depois de o pressionar, me apercebi que este dizia: START!!! Foi aí que comecei aos saltos, andava de pernas para o ar dentro da máquina. E, quando finalmente esta parou, abri a porta para correr até aos meus pais. Mas não estava no museu, estava na época da pré-história!

         Completamente assustada, quis voltar para a máquina, mas esta desaparecera num abrir e fechar de olhos. Então, comecei a gritar socorro, mas só ouvia sons graves e altíssimos, como se alguém tentasse comunicar através destes.

         Entrei numa tribo, que parecia estar a fazer a dança da chuva. Tentei falar com os nativos, mas estes deixaram-me renegada, devido à aula de dança … era mais o que aquilo parecia!

         Só mais tarde percebi que estes, para comunicarem, ou o faziam arte rupestre nas rochas ou sons, com uma espécie de vuvuzela.

         Três raparigas, quase nuas, empurraram-me para o centro da roda onde dançavam, e, eu sem poder fugir, dancei também! Ou pelo menos tentei imitar alguns dos passos que faziam… pareciam loucas!

         No final, fui até a uma rocha e tentei explicar que eu não fazia parte daquele mundo, aliás, o meu vestuário era o suficiente para se aperceberem disso. No entanto, só depois de algumas tentativas, elas perceberam.

         Assim, quiseram integrar-me na tribo, ensinando-me a fazer fogo com duas rochas, a caçar, a pescar, a apanhar a fruta do topo das árvores…

         Tentei transmitir-lhes uma ideia: que tentassem poupar ao máximo os seus recursos, pois não imaginavam a vida que as esperava! Ensinei-lhes a dizer “olá”, “ obrigado”, e “adeus” !

         Uma noite, apareceu uma luz muito forte, vinda do céu. Corri para lá e apercebi-me que era a minha máquina do tempo.

         Desenhei uma pessoa, que era eu, de seguida, o sinal mais, depois, mais três pessoas, o símbolo igual e um coração! A rocha ficou assim, espero que a tenham visto e percebido minimamente.

         Voltei para a Terra, estava de volta ao museu!

         Aprendi, então, que não é preciso falarmos para ensinarmos aos outros o que sabemos! Conseguimos amigos se quisermos e se estivermos dispostos a isso!

  

Inês Carvalho, 9ºB
3ª Guerra Mundial?
Azul-bebé com manchas brancas, que não eram manchas, mas sim desenhos de pequenas nuvens, era o que eu via, quando me deitava na cama, para pensar e imaginar.
Numa tarde fria de Verão, deitei-me na cama para tentar dormir um pouco, mas aquele teto distraía-me, fazia-me imaginar pequenos unicórnios a saltar de nuvem para nuvem.
Sentia-me calma e relaxada ao pensar naquilo, mas, de repente, ouvi um ruído estranho, algo que nunca tinha ouvido, para além da televisão, pareciam tiros e bombas. Fui à janela e vi o que me parecia ser uma guerra, mas não era apenas uma guerra, aliás, havia bandeiras estranhas, bandeiras que não eram de origem portuguesa.
Bem, posso dizer que, naquele preciso momento, já não me sentia nem calma nem relaxada, mas sim revoltada e assustada, não sabia o que fazer ou o que dizer, então, decidi pensar. Pensei e pensei, até que cheguei à conclusão de que era a 3ª Guerra Mundial.
Fui a correr, escada abaixo, ao encontro da minha mãe, mas não a vi, temi o pior, e o pior era a morte. Como não encontrava a minha mãe, procurei a minha irmã, também não havia sinal da sua existência. Só restava o meu pai. Olhei lá para fora e avistei-o armado a disparar… algo não estava certo.
Foi então que o meu pai veio ter comigo e disse-me algo estranho e fora do contexto:
- A tua mãe e a tua irmã foram ao shopping, queres ir comer um gelado?
- Ao shopping? Mas não estamos em guerra? – perguntei eu bastante intrigada.
- Filha, filha, acorda. Vamos comer um gelado!
Subitamente, vejo, de novo, o azul-bebé com manchas brancas, que não eram manchas, mas sim pequenas nuvens. Afinal fora tudo um sonho, devo ter adormecido enquanto imaginava o pequeno e dócil unicórnio a saltar de nuvem para nuvem.
Lia Gomes, 9º B