Os alunos do 8º ano têm redigido vários textos: uns desafiam a sua
imaginação, outros permitem-lhes opinar.
Eis aqui alguns exemplos:
Típico de
uma rapariga
No verão passado, vivi a maior aventura
da minha vida. Estava na casa da minha avó e não tinha nada para fazer. Olhei
para o que me rodeava. Em cima da minha cama estava o comando da televisão, os
mesmos programas de sempre, histórias idênticas em todos os canais; avistei os
meus brinquedos, e revi os momentos de felicidade que passei com eles, nada que
agora possa repetir, pois já sou velha demais e falta-me aquela paciência e
imaginação. À beira dos brinquedos estava um livro esquecido da minha prima,
devia ser uma daquelas “histórias insossas” que ela costumava ler, mas eu não
tinha nada a perder.
Peguei naquele livro e observei a capa,
“Carlota, o mundo de uma Pop Star”, era de esperar, um livro sobre a vida de
uma personagem fictícia, com quem todas as raparigas sonham ser iguais: ter a
sua voz, aspeto, dinheiro, personalidade e vida. “Onde é que eu já vi esta
história?! Em todos os livros pelos quais todos os jovens se interessam”,
quando me apercebi, estava a falar sozinha.
Aborreci-me (ainda mais) logo no primeiro
parágrafo, “típico”, recomecei o meu monólogo, até que ouvi uma voz
desconhecida:
-Qual é o teu problema?
“Este livro está a fazer-me mal”, pensei
até que olhei para a frente, estava espantada, vi a personagem que tinha saído
do livro, esta não demorou para se começar a defender:
-Não sei porque é que não gostas de mim,
eu sou maravilhosa, todos gostam de mim!
-Isto é a vida real, não é o teu “mundo-fantasia”,
em que tudo é perfeito!
-Então, o que posso eu fazer para ser
feliz aqui? Estou “saturada” do meu “mundo”, só tenho pessoas desconhecidas
atrás de mim.
-Só tens de encontrar algo que te faça
sorrir, isso não tem nada a ver com a fama, vem comigo.
Eu peguei na minha guitarra, e levei-a
para o parque a um minuto a pé da casa da minha avó, e perguntei-lhe:
-O que tu gostas de fazer é cantar, não
é? – ela assentiu com a cabeça.
Comecei a tocar e aquele momento tornou-se
mágico… As pessoas aproximaram-se, todos estávamos felizes a cantar e a dançar,
sem necessidade de fama, de aprovação. A forma como Carlota cantava
transformava tudo à sua volta, até a sua cara, a sua expressão era
inexplicável.
E, assim, eu transformei um dia
aborrecido num dia fantástico, e um livro feito para fazer dinheiro numa lição
de vida.
Rita Moreira, 8º E
O livro
que deixou de ser livro
Embora um livro seja para muitos um
pequeno conjunto de folhas com letras e palavras, para mim ultrapassa o
imaginável... Não há descrição para a sensação que sinto ao ler um livro, a
maneira como ele tem efeito em mim... Quando há um momento de tensão e estou
agarrado ao livro para ver o que acontece; quando há um momento de tristeza e
eu entristeço-me também... Vivo mil e uma reações, da mais inóspita à mais
efusiva, tudo porque um livro é uma fonte de prazer e sabedoria tal, que nos
envolve de tal forma, que passamos a fazer parte daquele enredo magnífico.
Há
poucos dias, isso aconteceu mesmo. Estava a ler um livro sobre atletas com
deficiências motoras que, apesar das dificuldades, ultrapassaram os obstáculos
e concretizaram o seu sonho. O livro centrava-se no atleta paraolímpico
português Salvador, que é um exemplo de vida, coragem e força de viver
tremenda... E eis que ele ganha vida, mesmo à frente dos meus olhos... Reagi
com admiração, mas um sentimento mais forte tomou o meu pensamento: que orgulho
estar perante um desportista único, não por ser bonito ou ostentar riqueza, mas
sim pela sua história de vida.
Ainda em estado de choque, eis que ele me
pergunta:
-Prazer, sou o Salvador! Vejo a tua admiração
pela minha pessoa. Que dizes de embarcarmos numa aventura diferente, na aventura
da minha história de vida?
-Claro
que sim!
Foi com prazer que embarquei nesta
viagem... Mas tudo foi tão rápido, a viagem no seu pensamento... Constatei que
teve uma infância difícil, envolvida em droga, e que perdeu os seus pais ainda
pequeno. Ficou paraplégico num acidente de viação cujo enredo culminou na tristeza
a cem por cento... O carro destruído, familiares a chorar, bombeiros aflitos,
uma tensão tal que chocou Portugal nesse dia... Porém, apesar de todas as
adversidades, tornou-se atleta aos 18 anos e foi medalha de ouro nos Jogos
Olímpicos em 2012.
Foi
com orgulho, respeito e admiração que conheci a vida deste herói e, mais do que
isso, aprendi que a vida é curta, se nós próprios a fizermos breve...
Gonçalo
Nunes, 8º E
Descobrindo
com Camões
Estava
deitado na minha cama a ler Os Lusíadas, a pedido da professora de
História, desde o início do ano. Mas que livro maldito: descomunalmente grande,
todo em poesia e sobre os Descobrimentos! Seria mesmo possível alguém temer um
cabo? Era apenas um monte de pedras! E seria assim tão difícil atravessar um ou
dois oceanos para chegar à Índia.
A
única coisa interessante no livro era o retrato do autor: alto, magro, altivo,
sem um olho e coroa de louros à cabeça, vestes majestosas e cara corajosa: Luís
de Camões. Considerava-o a personagem principal daquele livro, imaginava-o
vivendo todas as aventuras que descrevia com as letras, pois não havia
personagens concretas em Os Lusíadas. Antes de me deitar, deitei mais
uma olhadela ao retrato, que, para meu espanto, se mexeu. Intrigado, aproximei
a cara para inspecionar. Então, sugado por uma força bruta, entrei pelo livro
adentro.
Quando
abri os olhos, estava numa caravela. Ao meu lado estava (a princípio não
acreditei) Camões!
-
Pois achas que os Descobrimentos foram fáceis – inquiriu este e, antes de obter
resposta, acrescentou - pois vamos confirmar ou não a tua tese.
-
Mas onde estamos? Quem são estes? – gaguejei eu, apontando para as pessoas que
passavam à nossa frente, carregando sacos e mercadoria, ignorando-nos.
-
Estamos na caravela de Vasco da Gama, e estes são os marinheiros, que não nos
veem ou ouvem. Somos inexistentes para eles. Dirigimo-nos à Índia. Boa viagem!
–
-
respondeu o escritor.
Antes
de poder responder, uma sombra cobriu o barco, era o Cabo das Tormentas!
Imediatamente uma tempestade começou. Mercadoria voava pelo ar, marinheiros
caíam à água e caravelas da frota eram engolidas pelo mar. Cheio de medo,
agarrei-me a Camões, gritando “Tire-me daqui!”.
De
imediato, apareci no meu quarto. Nem quis experienciar o resto da viagem até à
Índia, só de imaginar a fome e doenças que enfrentaria. E foi por isso que
tirei boa nota a História e nunca mais contradisse um livro.
João Pedro Pinto, 8ºA
Uma vontade de prata
O
livro que lia chamava-se “Vontade de Prata”, estava mesmo a gostar, a apreciá-lo
tanto que me imaginei dentro dele…
De
repente, decorria o ano 2012, e eu estava com o meu amigo Bernardo a falar do
seu treino e da sua intenção de concorrer
aos jogos olímpicos na esperança de ganhar. Incentivei-o e ajudei-o a treinar.
Umas
semanas depois, recebi um telefonema do hospital a dizer que o Bernardo tivera
um acidente de carro e que estava com as pernas partidas. Tive uma tontura, mas
recompus-me e fui ter com ele. Era verdade! Ele estava de cama e já tinha feito
a cirurgia, mas estava paralisado da cintura para baixo. Depois de um ano de
descanso e fisioterapia, o Bernardo andava de cadeira de rodas e parecia ter
talento com aquilo. Sem nenhum professor, aprendeu a manejar a cadeira num
instante.
Então,
lembrei-me:
-Sabes
o que podias fazer?
-O
quê?-perguntou.
-Podias
ir aos Jogos Paralímpicos!
-Não
sei…
-Vá
lá! És ótimo na cadeira e ainda tens força nos braços. Com um pouco de treino,
consegues.
-É
verdade!- concordou- Obrigado!
-Queres
ser o meu treinador?- perguntou ele.
-Claro!
E
então treinámos durante imenso tempo e, quando chegaram os Jogos, ele estava em
ótima forma! Fomos para o estádio. Era enorme! Tinha um campo no meio com equipamentos
de provas e à volta uma pista de atletismo. Era imponente e magnífico!
O
Bernardo superou todas as provas sem dificuldade e, quando a prova de atletismo
chegou, ele estava confiante!
Correu
com afinco e, na última volta, estava em primeiro. Eu pensava que ele ia
ganhar, mas alguém ultrapassou-o e ficou em segundo. No fim, ganhou a medalha
de prata e ficou conhecido pela sua coragem e persistência.
Eu
felicitei-o por este feito e senti-me orgulhoso dele.
Quando
o ia abraçar, parei! O livro tinha acabado e estava de volta ao meu quarto… Foi
uma linda história que eu adorei.
João Vilas Boas, 8º E
Porquê tanto sucesso nas salas de cinema?
“Despicable me 2” ou “Gru- O maldisposto 2”,
como é chamado em Portugal, é considerado uma das maiores estreias a nível
mundial. O filme foi um grande sucesso e ao fim de uma semana os lucros
superaram os custos do mesmo.
De facto, é um filme bem concebido, com bons
gráficos, resultando numa comédia hilariante. Todos se conseguem divertir e com
todos quero mesmo dizer toda a gente, pois é um filme para todas as idades! Mas
porquê? Esta longa-metragem é a continuação de um sucesso anterior e talvez por
isso também tenha sentado tanta gente nos bancos do cinema.
Além disso, na versão portuguesa, a dobragem é
feita por atores e atrizes muito famosos como, por exemplo, Nicolau Breyner, no
papel do vilão Gru, e Rita Blanco, no papel da espia Lucy Wilde. No filme, o
amor surge entre os dois protagonistas que vão ter de ultrapassar vários
problemas divertidos para poderem ficar juntos.
Por fim, acredito que a grande banda sonora de
Pharrell Williams animou muito mais o filme e rapidamente o seu tema “Happy” se
tornou um sucesso mundial.
Na minha opinião, a produção de Cris Meledandri
e Janet Healy e a direcção de Pierre Coffin e Chris Renaud estão de parabéns!
Todos esperamos ansiosos pelo novo filme que está previsto estrear em dezembro
de 2014. Acredito que voltará a ser um sucesso e que tornará a contagiar o
mundo tal como todos os outros anteriores.
Sara Leitão, 8ºD
Vidas
distintas
Na atualidade, levanta-se uma
grande questão antagónica “viver na cidade ou no campo?”. Este dilema suscita
diversas dúvidas, questões, interrogações que levam a discussões e debates
diários sobre o assunto.
No campo, a vida é mais calma e
serena. A população vive mais relaxada e tranquila e as pessoas são mais
acolhedoras e humildes. O reduzido número de fábricas e carros torna o ambiente
campestre mais limpo e saudável, porém, por outro lado, também há algumas
condições desfavoráveis como, por exemplo, a falta de tecnologias, a baixa
instrução das pessoas campestres e o modo de vida algo antiquado.
Na cidade, as pessoas recorrem
mais ao uso das tecnologias, há um maior número de habitantes, mais atividade,
mais possibilidade de emprego, mais locais de lazer, como centros comerciais,
discotecas, cinemas, entre outros. Contudo, a vida de um citadino não é
perfeita, uma vez que estão expostos a muita poluição, há mais stress, confusão
e menos convívio.
Eu prefiro viver na cidade
porque é um lugar não só mais ativo, mas também agitado, interativo,
emocionante, o que está inteiramente relacionado com o meu ser (social). Tenho
também acesso a melhores estudos e a uma maior oportunidade de trabalho no meu
futuro.
Apesar de todas as benesses da
vivência no meio rural, os jovens da atualidade preferem, sem qualquer sombra
de dúvidas, viver na cidade.
Beatriz
Melo, 8º E
Campo ou cidade?
Viver no campo e viver na cidade resulta de uma escolha, às vezes,
sem outra opção.
A meu ver, viver no campo é mais saudável. Há mais solidariedade e familiaridade entre as pessoas, porque se conhecem melhor e dispõem de mais tempo para conviverem.
Não se perde tanto tempo em transportes nem com futilidades, como passear em centros comerciais e fazer compras. A alimentação e o ar puro que se respira é também mais saudável.
A meu ver, viver no campo é mais saudável. Há mais solidariedade e familiaridade entre as pessoas, porque se conhecem melhor e dispõem de mais tempo para conviverem.
Não se perde tanto tempo em transportes nem com futilidades, como passear em centros comerciais e fazer compras. A alimentação e o ar puro que se respira é também mais saudável.
Por outro lado, na cidade, é mais fácil obtermos tudo o que
precisamos, seja alimentação, vestuário, educação e até a cultura fica mais
acessível, tendo em conta que a oferta é grande. Não faltam cinemas, teatros, concertos
e bibliotecas. Porém, o que se ganha com isto tudo perde-se na proximidade com
as pessoas.
Por tudo o que disse, entendo que o ideal é viver durante a semana
no campo e aos fins de semana usufruir do sossego e tranquilidade do campo.
Diogo Silva, 8º E