Durável - apenas o
Meninozinho nas suas palhas, a olhar para este mundo.
Cecília Meireles
Desejamos
a toda a Comunidade Educativa do CIC e a todos os seguidores deste blogue um
Santo Natal e um Feliz 2014.
Porque
o Natal também é RECORDAR…
Os
alunos do 7º ano escreveram alguns textos sobre situações familiares e
escolares que perduram ainda na sua memória…
O meu último
Natal
Eu e os meus pais chegamos a casa dos meus tios
para jantar. Quase não reconhecia aquela moradia, pois tinha iluminações por
todo o lado, uma árvore de Natal que chegava ao teto, de tão grande que era, e
a mesa, onde íamos comer, possuía louça natalícia. Sentamo-nos a jantar. O
prato que a minha tia tinha preparado era caldeirada de bacalhau. Estava tudo
delicioso! De seguida, acomodamo-nos no sofá a aquecer os pés na lareira e a
conversar uns com os outros.
À meia-noite, abrimos algumas prendas que vinham
embrulhadas em brilhantes, coloridos e vistosos embrulhos. Após este momento,
dirigimo-nos a casa para dormirmos.
No dia
seguinte, o despertador tocou e eu acordei. Depois do pequeno-almoço, abri mais
prendas dos meus pais e agradeci-lhes imediatamente. Lembrei-me que era dia 25
e, como tal, íamos jantar a casa da minha bisavó. Fiquei feliz e entusiasmada
por a ver e por encontrar toda a minha família ali reunida. Apesar de já ter
uma idade, a minha bisavó continua a ser meiga, carinhosa, atenciosa e com bom
coração.
Jantamos,
conversamos, rimo-nos, brincamos e, com muita pena minha, tivemos de regressar
a casa.
E, assim,
terminou mais um Natal, que me encheu o coração de alegria. Aprendi que o Natal
não é meramente prendas, mas sim família. É importante estarmos todos unidos
nesta época tão especial.
Bárbara
Lourenço, 7ºB
O dia de Natal
Certo ano, fui passar o Natal a casa dos meus avós maternos. Quando lá cheguei, reparei que a casa continuava exatamente igual: grande, com a relva verde, um pátio rachado e as paredes brancas tinham a tinta a sair. Entrei e cumprimentei os meus familiares: os meus avós, os meus primos… Senti o cheiro do Natal: o bacalhau, o peru, o bolo-rei.
Depois, fui brincar com os meus
primos. A seguir, chamaram-nos para jantar. O ambiente era ótimo: todos
conversavam, alegres, naquela grande e velha casa. Depois de jantar, chegou a
hora mais esperada: era hora de abrir os presentes. Eu recebi um jogo para a
playstation, dinheiro e alguns Legos. Ao darmos os presentes, reparamos que o
meu pai e o meu irmão tinham desaparecido. Procuramos por toda a casa, mas eles
não apareciam. Então, quando menos esperávamos, o meu pai apareceu a puxar um
carrinho que tinha construído para o meu irmão, que vinha lá dentro.
Com muito riso e muita alegria,
naquele calor da família, vivenciámos momentos inesquecíveis.
Pedro Moreira, 7º D
A neve
Num
frio e feio dia de janeiro, em que o céu cinzento, o nevoeiro fino e as nuvens
espessas cobriam a escola, aconteceu uma coisa magnífica.
Estávamos
na aula de Português a ler um texto. Um texto sobre neve. Era interessante, mas
todos estavam mal-humorados, por causa do tempo.
-Carolina?
-Sim,
professora?
-De
que fala o texto que acabamos de ler?
-Fala
de neve, professora.
Nesse
momento, olhei pela janela. Nem acreditava no que via! Flocos de neve caíam do
céu como pequenas fadas delicadas.
-Oh,
neve!- exclamei eu.
-Sim,
Carolina, ouvi bem da última vez, não era preciso repetires!
-Não
é isso! Está a cair neve lá fora!- retorqui.
Todos
olharam pela janela. Era verdade! Uma visão magnífica!
-Professora,
podemos ir lá para fora, por favor?-suplicamos em coro.
-Não
sei…
-Por
favor! Vá lá, vá lá!
-Está
bem!-concordou a professora.
Minutos
depois, todos os alunos brincavam na neve. A manta branca cobria o chão e até o
topo dos edifícios! Até a estátua de Claret ficou branquinha!
Foi
um dia que começou feio e triste, mas acabou lindo e maravilhoso. Nunca o hei
de esquecer!
Carolina Costa, 7ºA
Natal
mágico
Estava noite cerrada. Toda
a aldeia se enchera de luzes, que lhe conferiam uma enorme alegria. Era o Natal
de 2012.
As minhas tias andavam,
apressadamente, a enfeitar as iguarias para aquela noite, que tudo indicava que
seria mágica.
Chegados os convidados,
sentamo-nos muito vagarosamente à mesa.
Daí a uns instantes, todos
começaram a falar do que seria um Natal mágico. Então, cada um disse o que
pensava. Quase todos disseram o mesmo, ou seja, que o Natal era um momento em
família, um momento de convívio. Quando chegou a vez da minha prima Érica
opinar, esta disse uma frase que me fez pensar: “O Natal é um momento em família,
claro que sim, mas nem todos podem ter essa sorte”.
A noite continuou mágica e alegre. Toda a
minha família se sentia ainda mais unida. Todavia, aquela frase não me saía da
cabeça e, por mais que a quisesse esquecer, não conseguia.
Aproveitei o momento de
estarem todos ocupados com as suas tarefas, para dar uma escapadela. Fui ao
jardim, olhei para o céu e lá estava ela, a estrela mais brilhante da minha
vida. Fiquei, por uns momentos, a pensar e regressei para a festa.
Estive calada o resto da noite. No caminho
para casa, perguntei, então, à minha mãe o que aquela frase queria dizer. Ela
explicou-me que nem todas as crianças tinham uma família unida como a nossa.
Naquele momento, tudo fazia sentido
Beatriz Mendes, 7ºB
A Descoberta
Isabel estava a falar com as amigas
e a dar risadas. Era linda, tinha cabelos ondulados e loiros, olhos verdes, era
alta e magra. Cheirava sempre a rosas, pois fora o perfume que eu lhe dera nos
anos.
Estava na hora da aula de Educação
Física e o professor nomeou-me para fazer as equipas. Escolhi logo Isabel e
durante a aula não paramos de falar. Eu sentia-me feliz!
Quando tocou, ela foi comigo guardar
o material. Era uma sala cheia de bolas de futebol e outros materiais e, apesar
de cheirar a mofo, era o sonho de toda a gente da escola ter a chave dessa
sala.
O professor Emanuel fechou a porta
mas, quando se foi embora, deixou cair a chave da sala. Ainda tentei dizer-lhe,
porém, já não cheguei a tempo. Tinha aquela chave na minha posse, estava
radiante! Fui logo contar à Isabel. Ela riu-se e deu-me um beijo na cara.
Não podia acreditar, agora toda a
turma me adorava e eu sentia que a minha relação com a Isabel era mais do que
uma amizade.
Mais tarde, o professor descobriu
que tínhamos a chave, todavia, até isso acontecer, foram os melhores dias da
minha turma!
Podemos ter perdido a chave, mas eu
não perdi a Isabel!
Miguel Alves, 7ºA
Uma prenda fabulosa
Estava
eu em minha casa, sentado no sofá, com um bloco de notas no colo e uma caneta
preta na mão, a tentar decidir o que queria para os meus anos. Estava bastante
indeciso, então, pousei o bloco e a caneta no chão e pus-me a olhar para as
paredes da casa. Eram brancas e estavam um pouco manchadas. O teto também era
branco, com um enorme candeeiro no centro. Acho que nunca tinha observado a
minha casa com tal atenção.
Os
meus pais ainda não tinham falado sobre os meus anos, o que achei estranho, por
isso, decidi ir conversar com eles. Quando lhes perguntei se se tinham
esquecido do meu aniversário, eles limitaram-se a dizer que não.
Chegada
a manhã do meu dia de aniversário, olhei para o chão do meu quarto a ver se
encontrava uma prenda no chão. Nada! A minha mãe entrou no meu quarto, mandou
vestir-me e levou-me para o carro. O meu pai esperava-nos e, sem pronunciarem
uma palavra, levaram-me para o aeroporto. Esperamos meia hora, até que entramos
num avião. Voámos duas horas até aterrarmos numa cidade totalmente desconhecida
para mim.
De
repente, os meus pais gritaram-me “Parabéns!” Percebi o que se passava e comecei
a olhar em redor: vi uma alta torre de pedra, muito antiga e várias casas de
cores diferentes. Sentia o cheiro das flores no ar e as pessoas caminhavam com
um rosto alegre.
Depois
deste dia, passei a dar menos valor às prendas materiais. Esta foi, sem dúvida,
a melhor prenda que alguma vez poderia receber.
António Grangeia 7ºD
A tia mais forte do mundo
Não
fui o primeiro a saber mas andava desconfiado. Passei dois dias apreensivo até
que a minha mãe se dirigiu a mim e disse:
- António, tenho de te contar uma coisa.
- Fiz alguma asneira? - perguntei eu já
preocupado.
-
Não! É a tia Graça… ela …tem cancro.
Não
tinha ouvido falar muito nessa doença, mas sabia o que acontecia e, por isso,
chorei, a minha cara ficou vermelha, com olheiras e não conseguia prestar
atenção a nada nem a ninguém.
Quando
soube que ela já estava em casa dos meus avós, quis logo ir visitá-la, a minha
mãe deixou e lá fomos nós.
Entrei no apartamento, que é espaçoso, com
peças de louça por todo o lado e com um cheirinho sempre bom. Mas, naquele dia,
eu nem me apercebi desses pormenores, queria ver a minha tia.
A minha cara foi de espanto quando a vi e,
como sou curioso, perguntei:
-Porque
é que usas esse lenço?
A resposta veio em dois simples gestos:
desamarrar e tirar o lenço. Pela primeira vez, vi a minha tia sem cabelo… a sua
cara ficou pálida, o corpo estremeceu e, ao olhar-se ao espelho, quase chorou.
Toda
a família sempre acreditou na recuperação da minha tia, incluindo ela mesma e,
apesar de ser difícil de acreditar, a minha tia venceu o cancro. Duas vezes!
É por essa razão que eu acho que a minha tia é
a tia mais forte do mundo.
António Costa, 7º D
O primeiro dia de aulas
A escola era grande, espaçosa e imponente. Eu,
como não conhecia ninguém, tentei conversar com alguns colegas, mas estes não
me “ligavam nenhuma”.
Às
nove horas em ponto, fui para a sala de aula, onde vi a minha professora Raquel
a escrever a data no quadro. Fiquei admirado, não esperava encontrar uma sala
tão bonita, de paredes amarelas, pequenas janelas verdes, quadro preto e
secretárias castanhas.
No
intervalo, observei atentamente os meus colegas a jogarem à bola. Eles eram uns
“craques”, nunca perdiam a bola e foi então que lhes pedi para jogar. Porém,
nem todos estavam de acordo, exceto um que disse:
- Vá lá, deixem-no jogar!
Esse
colega chamava-se Filipe e acabou por se revelar um grande amigo durante os
quatro anos que estudei nesta escola.
Durante
o jogo, dei o meu melhor e consegui surpreender os outros jogadores quando
marquei dois golos fantásticos que deram a vitória à minha equipa.
No
final, cumprimentamo-nos e, a partir daí, formámos uma equipa imbatível.
Bruno Azevedo, 7ºC
Uma floresta amiga
Como
todos os anos, fomos passar o Natal na casa da minha avó. Era uma casa grande,
velha, mas em bom estado, porque já se tinha sido sujeita a muitas
recuperações. Tinha grandes e magníficos jardins, todos muito bem tratados. Era
um autêntico palacete.
Era
princípio da tarde, quando tudo começou… Tinha acabado de descobrir que um dos
muitos presentes, que tinha pedido para o Natal, não o iria receber. Os meus
pais diziam que eu era muito mimada e que tinha de mudar a minha atitude.
Fiquei
muito zangada, por isso fui dar um passeio numa floresta próxima.
Diziam
que era uma floresta assombrada, mas eu não queria saber. Ao colocar o primeiro
pé naquele local, senti logo um arrepio, no entanto não desisti e decidi
aventurar-me.
Andei
mais um bocado e percebi que era uma floresta escura, triste e cheia de
eucaliptos e pinheiros. Tinha várias rochas e vários animais voadores.
Passado
algum tempo, ouvi vozes e resolvi seguir o som para indagar de onde elas
vinham. Descobri dois irmãos que se apresentaram. Chamavam-se Inês e João e tinham
a mesma idade que eu, nove anos. Disseram-me que tinham sido abandonados e eu
decidi levá-los comigo para passarem o Natal na companhia de alguém. Quando
chegamos a casa, eu contei à minha família a sua história e os meus tios
adotaram-nos.
Nós
ficamos contentes e descobri que, nesse dia, a minha atitude tinha mudado e que
tinha acabado de encontrar dois grandes amigos para o resto da minha vida.
Foi
assim que a floresta passou de assombrada para conciliadora.
Margarida Faísca, 7ºD