«Se crês que
o sorriso é mais forte que as armas,
Se crês no poder
de uma mão estendida,
Se crês que
aquilo que une os homens é mais forte que aquilo que os separa,
Se crês que ser
diferente é uma riqueza e não um perigo,
Se sabes olhar
para os outros com amor,
Se achas que
deves dar o primeiro passo ao encontro do outro,
Se te alegras com
a alegria dos outros,
A PAZ VOLTARÁ!»
J.
F. Moratiel
E
foi acerca de valores, e contra a DISCRIMINAÇÃO, que os nossos
alunos redigiram textos que apelam à reflexão e, posterior, ação,
numa quadra se caracteriza pelo amor ao próximo.
Discriminação:
um problema que “passa ao lado”?
Atualmente,
vivemos numa sociedade em que os contrastes são mais evidentes e
são, muitas vezes, a principal causa das disputas e conflitos que
ocorrem.
Na verdade,
os casos de discriminação são cada vez mais frequentes, não só
ao nível físico, isto é, da estatura, aparência, vestuário, mas
também ao nível dos direitos e deveres dos cidadãos. Por exemplo,
a escola é um local onde a disciminação tem lugar com mais
frequência, pois as crianças e os adolescentes têm tendência para
criticar e cobiçar tudo o que é dos outros. Assim, criticam aquilo
que não têm, ou o que possuem, mas que não corresponde aos mesmos
critérios de perfeição: a casa, o vestuário, o telemóvel...
No entanto,
também nos deparamos com atitudes discriminadoras na rua, no
trabalho, ou mesmo num simples café, quando assistimos ao racismo, à
segregação de pessoas debilitadas, entre outros.
Na minha
opinião, dever-se-ia defender a igualdade de todos os cidadãos,
pois, apesar de sermos todos diferentes, somos todos iguais. Assim
sendo, deve-se fomentar a entreajuda, para tentar combater as
divergências que afetam o mundo. Quantas vezes não vemos uma pessoa
idosa carregada e não a ajudamos? Quantas vezes ignoramos pessoas
que nos pedem auxílio só por causa da sua religião ou etnia?
Concluindo,
considero que todos somos um pouco discriminadores, pelo que
deveríamos tentar enfrentar essa visão que, a meu ver, é
responsável por conflitos que ocorrem no nosso quotidiano e que,
desta forma, seriam evitados.
Maria João
Vilaça, 9ºB
Discriminação, um tema muito debatido
A discriminação é, sem dúvida, um tema muito
debatido, seja nos meios de comunicação, em casa, na escola, no
trabalho.
Normalmente, quando pensamos no assunto,
surge-nos na mente a imagem de uma criança de cor, ridicularizada
por outras de raça branca. Mas será só nestes casos que esta
ocorre? A meu ver, não. A discriminação surge em diversas ocasiões
e relativamente a diversos aspetos: quer físicos (cor, estatura,
peso), quer sociais e ideológicos (posses da família, casa, origem,
religião). Na verdade, tudo pode ser “motivo” de troça e
desprezo.
Anos atrás, até os doentes eram alvo de
afastamento, de vergonha, e eram abandonados pela família.
Felizmente, hoje em dia, as coisas estão a
mudar, e o mundo está a tornar-se mais sensível a este tema, e a
procurar soluções para o problema. Campanhas de sensibilização
são mais frequentes, e, a pouco e pouco, as mentalidades mudam.
Na minha opinião, nunca existe motivo válido
para a discriminação e desigualdade. Seguindo a ideia “Todos
diferentes, todos iguais”, todos merecem uma hipótese e qualidade
de vida. Que direito temos nós de criticar alguém pelo seu aspeto,
pelas suas roupas, pelos seus resultados escolares? Talvez o rapaz,
com quem gozamos por não ter um telemóvel topo de gama, tenha de
trabalhar para ajudar a garantir as refeições da família. Não
sabemos, na realidade, aquilo por que as pessoas passam, o que vemos
é apenas uma parte delas. Em vez de pôr de parte a nova aluna
asiática da turma, porque não ajudá-la, acompanhá-la, num sítio
onde tudo é novo para ela?
Acabar com a discriminação só depende de nós,
e é nosso dever, na parte que nos toca, ajudar os que nos rodeiam a
verem cumprido o seu direito de serem felizes.
Lia Noga,
9ºB
Não à
discriminação!
A
discriminação acontece quando se considera que alguém não tem os
mesmos direitos, e será sempre um ato reprovável.
Como se
sabe, a discriminação é um assunto muito falado mundialmente e é
uma situação que acontece, a toda a hora, em todos os países, quer
sejam desenvolvidos ou estejam em desenvolvimento.
Existem
variados tipos de discriminação, e pode dar-se através da cor de
pele, o tipo de vestuário, os recursos económicos e as preferências
clubísticas… O motivo mais frequente é a diferente cor de pele, o
que leva ao racismo.
O racismo e
a discriminação encontra-se, muitas vezes, nas escolas e é nosso
dever ajudar essas vítimas. Podemos ajudá-las reportando a situação
ao diretor da escola, à APAV ou à polícia e criando ou apoiando
campanhas contra estas atitudes.
Nós,
cidadãos, conseguimos mudar o mundo exterminando a discriminação,
no entanto, depende também de cada um proteger e apoiar as pessoas e
espalhar pelos amigos, conhecidos e familiares as situações vividas
pelas vítimas, incentivando-os a ajudar.
Em suma,
todos os seres humanos têm os mesmos direitos, por isso não devemos
segregar ninguém. O futuro do mundo e a paz estão nas nossas mãos!
Diogo
Castro, 9ºB
Um ato
reprovável de cobardia…
Quantas
vezes já ouvimos uma pessoa dizer a um negro “ó preto” e a
alguém de etnia mongol “chinoca”. Isto são exemplos de racismo
e de discriminação.
A
discriminação pode ter várias origens, como por exemplo: a raça,
a cultura, a língua, a cor, a estatura, e a descendência.
Na minha
opinião, a discriminação sempre foi e sempre será um ato
reprovável de cobardia, apesar de muito raramente e em alguns casos
poder ser justificada.
O ato mais
comum de discriminação é o racismo, principalmente para com os
negros; começou com os descobrimentos (os negros eram considerados
inferiores) e continuou até à atualidade, passando pela guerra
civil americana, pela 2ª guerra mundial, com os nazis e os judeus,
até aos finais da década de 60, onde, principalmente nos EUA, se
via uma forte discriminação dos negros,
Mas,
ultimamente, tem havido grandes alterações a nível social, não se
verificando grande discriminação, um dos melhores exemplos é
Barack Obama, que é negro e é presidente dos EUA, entre muitos
outros casos.
Muitas
destas novas celebridades a nível mundial tomaram como exemplo
Martin Luther King, que defendia a igualdade dos direitos de toda a
população, e que, apesar de ter sido assassinado, o seu nome ecoa
por todo o mundo como sinónimo de luta e de igualdade.
Em suma, na
minha opinião, a discriminação é um dos males a ser erradicado do
nosso planeta, para podermos dizer não ao preconceito que se tem em
relação a outras etnias, apenas porque são diferentes.
João
Ladeira, 9ºB
Um ato
repudiável
Na
minha opinião, a discriminação é um ato repudiável, pois creio
não fazer o mínimo sentido gozar, excluir ou simplesmente ignorar
outro ser humano, só porque é diferente de nós.
Primeiro,
penso ser um ato de extrema cobardia, pois, de certeza que muitas das
pessoas que discriminam fazem-no por se acharem inferiores e, para
elas, essa é a única maneira de se sentirem melhor consigo próprias
ou de fazerem o outro sentir-se inferior, não conseguindo aceitar o
facto da outra pessoa, eventualmente, ser melhor do que elas.
Em
segundo lugar, penso que o ser humano, com a inteligência que
possui, deve unir-se e cuidar do mundo à sua volta e não se
envolver em confusões, só porque há pessoas diferentes. Pois, se
estivermos atentos, percebemos que o ser humano julga o próximo pela
cor da sua pele, ou por aquilo em que acredita.
Em suma,
penso que devemos pôr um fim a este ato horrível e aceitar que nem
todos os seres humanos são iguais e que é isso que os torna únicos
e especiais.
Miguel Mota
Teixeira, 9ºC
Diga não
ao preconceito
A
meu ver, a discriminação é um ato reprovável, visto que não é
justo considerar que alguém tem menos direitos, apenas porque é
diferente da maioria da população, ou porque não tem
possibilidades económicas...
Existem
diversos tipos de discriminação, podendo estes estar relacionados
com a raça, cor da pele, peso. Todos eles levam a comportamentos
desumanos, que podem facilmente ser alterados, visto que não têm
razão de ser.
Têm
sido feitos progressos no âmbito de reduzir este problema e a
verdade é que, antigamente, a discriminação estava muito mais
enraizada. Por exemplo, o falecido Nelson Mandela teve um papel muito
importante na luta contra a discriminação de pessoas negras. Tal
como ele, muitas outras pessoas e mesmo organizações têm
contribuído para minimizar os atos de discriminação. No entanto,
estas situações ainda são visíveis no nosso dia a dia, todavia é
muito fácil impedi-las, através de pequenos gestos individuais.
Porquê
rir daquele colega, por ele ter uma estrutura mais volumosa ou porque
é muçulmano? Na essência, somos todos seres humanos que têm o
direito de viver e ser felizes. Todos nós respiramos, sentimos,
amamos. Porquê dar valor a pormenores insignificantes? Ponha fim ao
preconceito, porque se todos o fizermos, a discriminação acaba e a
felicidade torna-se um caminho possível e acessível a todas as
pessoas.
Bárbara
Vieira, 9ºC
Vamos
mudar o mundo!
Hoje
em dia, o nosso quotidiano está repleto de preconceito e
discriminação para com as pessoas que nos parecem diferentes. Veem
alguém com a pele mais escura… Chamam-lhe preto. Veem alguém mais
forte… Chamam-lhe gordo. Tem óculos… É “caixa de óculos”.
Do
meu ponto de vista, muitas pessoas, actualmente, não têm os mesmos
direitos, não porque não os mereçam, mas porque os outros não os
concedem. Vejamos o caso das pessoas de raça negra: muitas pessoas
afastam-se delas, como se tivessem uma doença contagiosa. Houve até
uma altura em que os negros não podiam misturar-se com brancos, o
“apartheid”. Não digo que todos sejam discriminadores, mas temos
de tomar medidas para que o preconceito não seja tão acentuado. Ser
amigo de pessoas de diferentes culturas? Seria um excelente começo.
Vamos criar campanhas de apoio aos pobres e aos que não têm casa, a
todos os que são, de algum modo, marginalizados. Vamos ajudar o
nosso próximo, que até nem tem braços, a levantar-se. Todos somos
diferentes, mas iguais, ao mesmo tempo, porque Deus nos criou à sua
imagem.
Concluindo,
penso que temos de mudar o mundo, sim, e fazer dele um mundo melhor!
Natália
Freitas, 9ºC
Saber
aceitar as diferenças
Na
minha opinião, a discriminação é um dos atos mais reprováveis
exercidos pelo ser humano. A discriminação não tem razão
de existir, não tem qualquer tipo de fundamento para ser praticada,
não tem qualquer desculpa plausível.
Este ato inaceitável baseia-se principalmente na nossa inveja ou no nosso carácter. É horrível discriminar alguém pela cor de pele, pelas deficiências físicas ou mentais que possui, ou pela religião. Por vezes, esquecemo-nos que dentro de cada um bate um coração de maneira igual à nossa, que, por muitas diferenças que tenhamos, a todos nós cabe o direito de pensar livremente e de exprimir o que sente ou o que pensa. Discriminar é não aceitar que todos temos os mesmos direitos e, ao mesmo tempo, é pensar de forma incorreta, visto que nós temos tanto de diferente como de igual, somos seres da mesma espécie e precisamos uns dos outros para viver.
Para concluir, afirmo claramente que a discriminação deveria ser extinta, pois seria um grande passo para a Paz. Saber aceitar que as diferenças existem e que são importantes e, simultaneamente, belas, é uma garantia para um futuro melhor, mais risonho, cheio de esperança e de aceitação.
Este ato inaceitável baseia-se principalmente na nossa inveja ou no nosso carácter. É horrível discriminar alguém pela cor de pele, pelas deficiências físicas ou mentais que possui, ou pela religião. Por vezes, esquecemo-nos que dentro de cada um bate um coração de maneira igual à nossa, que, por muitas diferenças que tenhamos, a todos nós cabe o direito de pensar livremente e de exprimir o que sente ou o que pensa. Discriminar é não aceitar que todos temos os mesmos direitos e, ao mesmo tempo, é pensar de forma incorreta, visto que nós temos tanto de diferente como de igual, somos seres da mesma espécie e precisamos uns dos outros para viver.
Para concluir, afirmo claramente que a discriminação deveria ser extinta, pois seria um grande passo para a Paz. Saber aceitar que as diferenças existem e que são importantes e, simultaneamente, belas, é uma garantia para um futuro melhor, mais risonho, cheio de esperança e de aceitação.
Catarina
Pinto, 9ºD
Sejam
diferentes para fazer a diferença!
A discriminação foi, é e sempre será um ato reprovável, e um tema debatido globalmente que não surte quaisquer mudanças/alterações. O egocentrismo crescente impede a aceitação dos diferentes indivíduos inseridos na sociedade, o inevitável egoísmo impede-nos de olhar para além do nosso mundo próprio, a ganância faz de nós “senhores” de tudo e todos. A questão que coloco é: será isto o nosso futuro?
Primeiramente, há que constatar que não há qualquer tipo de benefícios inerentes à discriminação, aceite numa base que se desenvolveu ao longo de décadas a uma velocidade estonteante e impercetível…
A discriminação foi, é e sempre será um ato reprovável, e um tema debatido globalmente que não surte quaisquer mudanças/alterações. O egocentrismo crescente impede a aceitação dos diferentes indivíduos inseridos na sociedade, o inevitável egoísmo impede-nos de olhar para além do nosso mundo próprio, a ganância faz de nós “senhores” de tudo e todos. A questão que coloco é: será isto o nosso futuro?
Primeiramente, há que constatar que não há qualquer tipo de benefícios inerentes à discriminação, aceite numa base que se desenvolveu ao longo de décadas a uma velocidade estonteante e impercetível…
Desde
muito cedo, o povo de raça negra, por exemplo, tem sido vítima de
opressão constante do denominado povo superior, os designados
“brancos”. Escravidão e tortura são vocábulos
inconscientemente associados, de forma instantânea, aos “negros”,
o que nos torna todos, de certa forma, racistas. No entanto, a meu
ver, os papéis têm-se invertido: ambos, de um modo geral, se
regozijam da sua raça e opõem mutuamente.
Voltando à atualidade, não é muito difícil ver exemplos de discriminação e, falando do ponto de vista pessoal, é absolutamente repugnante, medonho e exemplo de falta de princípios humanos, troçar, gozar ou discriminar outrem por tatuagens, cabelo, modo de se vestir, relações interpessoais, piercings, estilos de vida, modo de pensar, entre outros, que são próprios da identidade de cada um, é simplesmente desumano.
Voltando à atualidade, não é muito difícil ver exemplos de discriminação e, falando do ponto de vista pessoal, é absolutamente repugnante, medonho e exemplo de falta de princípios humanos, troçar, gozar ou discriminar outrem por tatuagens, cabelo, modo de se vestir, relações interpessoais, piercings, estilos de vida, modo de pensar, entre outros, que são próprios da identidade de cada um, é simplesmente desumano.
Há que ter
consciência do seguinte: somos quem somos, possuímos identidade
própria que nada nem ninguém pode julgar, visto sermos autênticos
e especiais, cada um do seu modo/forma, com um papel a cumprir como
cidadão universal do mundo.
Portanto, com base no que escrevi anteriormente, apelo aos leitores para que façam parte da mudança: sejam diferentes para fazer a diferença!
Portanto, com base no que escrevi anteriormente, apelo aos leitores para que façam parte da mudança: sejam diferentes para fazer a diferença!
Gonçalo
Nunes, 9º E
Algumas
leis da vida
Todo o ser humano tem certas responsabilidades
para com o outro, entre elas, o respeito, a entreajuda e a
solidariedade.
Considero que o respeito mútuo entre as pessoas é
uma das leis da vida mais importantes. Não interessa os gostos, a
forma de vestir, a religião ou qualquer outra diferença… Há que
respeitar, se queremos ser respeitados.
Outro dos valores fundamentais é a entreajuda.
Quando um dos nossos amigos está triste, quando precisa de um ombro
para chorar, porque não ficar do lado dele? Amparar quem está ao
nosso lado preenche também o nosso coração
Porém, além de ajudarmos os nossos entes
queridos (algo que devia ser praticado todos os dias), devemos também
ser solidários para com os mais carenciados que, muitas vezes, nem
têm um teto onde se abrigar. Há tantos bens de que já não
necessitamos... para quê desperdiçá-los quando há tanta gente que
os aproveitaria?
Mesmo assim, muitas pessoas são egoístas ao
ponto de se recusarem a partilhar algo seu. Não há motivos para
esse comportamento. Ajudar alguém deve ser um ato exercido
diariamente, a “boa ação do dia”. Não queiram experienciar
viver na rua, passar um dia sem comer, lutar pela sobrevivência…
Concluindo, há gestos que nos devolvem o sorriso…
Matilde
Fernandes, 8º A
E foi
assim que tudo mudou
Chamava-se
Alexandre, aquele rapaz cuja vida mudou por completo e cuja história
irei contar-vos hoje…
Alexandre
chegou à escola e, como já era habitual, a partir do momento em que
os seus pés pisavam o chão desta, a sua face tomava um ar tristonho
e o seu olhar ficava sempre direcionado para os seus sapatos rotos e
cobertos de lama, sem nunca estabelecer contacto visual com ninguém.
Era uma
sexta-feira, o dia mais feliz para aquele rapaz, pois para si as
aulas eram um pesadelo tornado realidade. Alexandre passava por
grandes dificuldades económicas em casa, mas, visto que não tinha
amigos não podia contar com um ombro para chorar ou desabafar.
Talvez por esse motivo, usava sempre a mesma roupa ensopada com a
água da chuva e já sem cor, as típicas calças com remendos e os
sapatos com os cordões desfeitos pela lama, que se encontrava no
caminho que o jovem percorria ate chegar à escola. Talvez por esse
motivo era sempre julgado e não agradava a ninguém, mesmo sem
saberem o que lá no fundo se passava. Talvez por esse motivo o rapaz
fosse tão infeliz.
Consegui!
Consegui! Estamos salvos! – gritou a mãe de Alexandre assim que
este chegou a casa.
Sem
perceber muito bem o que estaria a passar-se, o rapaz não hesitou e
questionou:
- Ai sim?
Então porquê?
A mãe não
respondeu, pois estava sem fôlego, limitou-se a pegar num envelope
onde estava escrito “cinquenta mil euros” e mostrou-o ao filho.
Acreditem
ou não, foi um daqueles programas da TV, de sábado à tarde, aos
quais a mãe de Alexandre nunca faltava, pois, uma vez desempregada,
ocupava assim os seus tempos livres, que veio resolver o seu
problema…
Passou o
fim de semana e, pela primeira vez, o rapaz estava confiante em si
mesmo e com autoestima no topo, entrou na escola e os seus olhos
brilhavam como as estrelas numa noite de lua cheia, as suas roupas
novas eram o centro das atenções. E, o mais importante, é que
Alexandre não teve vergonha da pessoa que era e conseguiu mostrar
aos seus colegas o seu valor.
Desde aí
tudo mudou. Alexandre era feliz e, agora invejado, por todos os seus
colegas, apesar de continuar a ser o mesmo rapaz, apenas exterior
mudara.
Filipa
Oliveira, 7ºA
A história de um rapaz cigano
No outro dia, na escola, durante o intervalo do almoço, gerou-se uma
discussão entre o Rui e um aluno novo chamado Ricardo, por causa de
uma falta, enquanto jogávamos à bola.
Quase ninguém gostava dele por ser cigano, mas eu não via nada de
mal nele, porém, como todos os ciganos, tinha aqueles traços
étnicos que faziam com que as pessoas o olhassem de lado.
Talvez deva fazer uma descrição de Ricardo: era um rapaz alto, com
cerca de 1,65m, tinha tez morena, o cabelo bastante escuro e espesso,
possuía olhos verdes e um sorriso um pouco fechado, usava vestuário
confortável, era um pouco magro e não era muito afortunado.
A discussão começou com um empurrão do Rui que provocou logo um
momento de tensão entre os dois. O Ricardo tentou responder, mas foi
agarrado por dois amigos meus, o Hélder e o Tiago. Imóvel, o
Ricardo nada podia fazer senão ouvir o que o Rui tinha para lhe
dizer. Então, o Rui começou:
- Então, rapaz! Chegas aqui e já te achas o rei? Olha que aqui as
coisas não são bem assim! Ninguém se acha melhor que ninguém,
caso contrário tem o que merece…
Tentando libertar-se, Ricardo tentou pontapear o Hélder e, a partir
daí, a coisa ficou feia.
O Ricardo levou um potentíssimo soco na barriga, do Rui, enquanto
era insultado por todos os colegas. Eu fiquei imóvel, pois temia ser
agredido ou ofendido verbalmente, mas a minha vontade era ajudá-lo.
A discussão acabou com o toque para as aulas e foi o que salvou o
Ricardo. Este ficou um pouco maltratado e com a moral demasiado em
baixo. A sorte do Rui e do seu grupinho o foi que ninguém reparou no
quão mal ele estava.
Apesar de toda esta grande briga ter terminado, esta situação
deveria ter chegado aos ouvidos da direção para que se pudessem
evitar estas situações de bullying na nossa escola e até em outras
do mundo.
André
Sande de Sá Topa, 7ºB
Espetador
Silencioso
Bullying!
Parece uma simples palavra, mas pode mudar uma pessoa para o resto da
vida!
Todos os
dias vejo aquela rapariga indefesa, de olhos azuis e cabelos
castanhos entrançados, a ser vítima de bullying. Não, ninguém lhe
bate. Mas insultam-na pela forma de ser e de vestir, Antigamente,
revoltar-me-ia e defendê-la-ia, mas as coisas mudaram. Agora, também
eu sou fraco.
Estava eu
no meu canto a observar a rapariga das tranças, quando começaram os
insultos: “feia”, “infantil”, “anormal”. Tudo isto era
habitual. Se me irritava? Sim! Se alguma vez ia agir? Duvido! Sou um
cobarde por não impedir que isto aconteça... eu sei que sou... mas
é esse o problema... sou tão indefeso como aquela pobre rapariga.
Observei-a mais atentamente. Nos seus olhos estavam visíveis
lágrimas que ameaçavam cair, enquanto que a sua boca estava
pressionada numa linha reta. Eu não conseguia aguentar aquela
sensação de culpa. Dirigi o olhar para o rapaz e questionei-o, num
ato de coragem:
-Importas-te
de parar?
-Sim,
porquê? Vais-me bater?- gritou-me ele
-E se o
fizer?- retorqui.
-Anormal!-
sussurrou entre dentes.
Enfureci-me.
Agarrei-o pelos colarinhos e dei-lhe um safanão. Ele fugiu a correr
e a rapariga apenas murmurou “Obrigada!” e partiu, também ela a
correr. Foi a última vez que vi aquele rapaz. E, pensando bem,
também foi a última vez que vi aquela menina...
Foi nesse
dia que percebi que o bullying nem sempre marca apenas as vítimas,
mas também os espetadores silenciosos que têm demasiado medo para
agir.
Beatriz
Sampaio,7ºD