O Natal é um tema recorrente na escrita. Desde a
era medieval à época contemporânea, cronistas,
poetas e escritores assinaram textos associados à magia do Natal.
E Natal é…
Árvore de Natal
Neste Natal, a minha árvore vai
ser diferente.
Armei-a na sala do meu coração,
nada virtual, apenas uma opção,
entre o real e o imaginário
dessa festa, onde muita gente anda a confundir,
com mais um feriado prolongado
de fim de ano.
Queria uma árvore simples, que
falasse de esperança, que me lembrasse os tempos de criança, onde eu fui feliz
com tão pouco, e o presente era tão simples como um abraço.
Na minha árvore coloquei
bolinhas coloridas, que representavam, cada uma delas, uma pessoa, alguém que
passou pela minha vida e deixou uma marca.
As primeiras, representavam os
meus pais, uma, bem colorida lembrava a minha mãe, com o seu avental pendurado,
as mãos ocupadas…o carinho era tanto que fazia a lâmpada acender sozinha!
Uma maior, com menos brilho
lembrava o meu pai, com seu modo rígido, mas sempre pronto para dar um abraço,
parecia um pisca-pisca de tanta emoção.
Algumas bolinhas eram puras
lembranças…
Amigos da escola, a empregada da
cantina que me servia com amor, amigos da rua com quem eu brincava, todos
formavam uma cascata de luzes, que me remetiam ao passado…
Da minha caixa de Natal peguei
numa bolinha especial, linda, colorida e translúcida. Era o meu primeiro amor,
algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto sem eu perceber…Quantas recordações…
Mais bolinhas coloridas, pessoas amigas que
tanto me ajudaram. Tanta saudade, tanta gratidão…
Até que vieram as bolinhas descascadas, sem
cor, sem brilho, pessoas que eu magoei, que me magoaram, frutos de desavenças
estúpidas.
E foram essas bolinhas que eu quis colocar no
alto da árvore, para me lembrar que eu ainda precisava de aprender a perdoar,
pessoas que eu preciso reencontrar e acender uma nova luz. No alto da árvore,
no centro do meu coração, coloquei a bolinha mais iluminada, que eu segurava
como se fosse um relicário, para declarar o meu amor ao Mestre da Luz, para Lhe
desejar um feliz aniversário, e para Ele me guiar no meu como a estrela cadente
guiou os Reis Magos.
Um Conto de Natal, de Charles Dickens (resumo)
Ebenezer Scrooge é um homem
avarento que abomina a época natalícia. Trabalha num escritório em Londres com
Bob Cratchit, o seu pobre, mas feliz empregado, pai de quatro filhos, com um
carinho especial pelo frágil Pequeno Tim, que tem problemas nas pernas.
Numa véspera de Natal, Scrooge
recebe a visita do seu ex-sócio Jacob Marley, morto há sete anos naquele mesmo
dia. Marley diz que o seu espírito não pode descansar em paz, já que não foi
bom nem generoso em vida, mas que Scrooge tem uma chance, e que três espíritos
o visitarão.
O primeiro espírito chega, um
ser com uma luz que emana da sua cabeça e um apagador de velas debaixo do braço
à guisa de chapéu. Este é o Espírito dos Natais Passados, que leva Scrooge de
volta no tempo e mostra a sua adolescência e o início da sua vida adulta,
quando Scrooge ainda amava o Natal. Triste com as lembranças, Scrooge enfia o
chapéu na cabeça do espírito, ocultando a luz. O espírito desaparece deixando
Scrooge de volta ao seu quarto.
O segundo espírito, o do Natal
do Presente, é um gigante risonho com uma coroa de azevinho e uma tocha na mão.
Ele mostra a Scrooge as celebrações do presente, incluindo a humilde
comemoração natalícia dos Cratchit, onde vê que, apesar de pobre, a família do
seu empregado é muito feliz e unida. A tocha na mão do espírito tem a utilidade
de dar um sabor especial à ceia daqueles que fossem "contemplados"
com a sua luz. No fim da viagem, o espírito revela sob o seu manto duas crianças
de caras terríveis, a Ignorância e a Miséria, e pede que os homens tenham
cuidado com elas. Depois disso vai-se embora.
O terceiro espírito, o dos
Natais Futuros, apresenta-se como uma figura alta envolta num traje negro que
oculta o seu rosto, deixando apenas uma mão aparente. O espírito não diz nada,
mas aponta, e mostra a Scrooge a sua morte solitária, sem amigos.
Após a visita dos três
espíritos, Scrooge amanhece como um outro homem. Passa a amar o espírito de
Natal, a ser generoso com os que precisam e a ajudar o seu empregado Bob
Cratchit, tornando-se um segundo pai para Pequeno Tim. Diz-se que ninguém
celebrava o Natal com mais entusiasmo que ele.
Quando um Homem Quiser
numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
és meu irmão, amigo, és meu irmão
E tu que dormes só o pesadelo do ciúme
numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
e sofres o Natal da solidão sem um queixume
és meu irmão, amigo, és meu irmão
Natal é em Dezembro
mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
é quando um homem quiser
Natal é quando nasce
uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto
que há no ventre da mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
tu que inventas bonecas e comboios de luar
e mentes ao teu filho por não os poderes comprar
és meu irmão, amigo, és meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
és meu irmão, amigo, és meu irmão.
tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
és meu irmão, amigo, és meu irmão
E tu que dormes só o pesadelo do ciúme
numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
e sofres o Natal da solidão sem um queixume
és meu irmão, amigo, és meu irmão
Natal é em Dezembro
mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
é quando um homem quiser
Natal é quando nasce
uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto
que há no ventre da mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
tu que inventas bonecas e comboios de luar
e mentes ao teu filho por não os poderes comprar
és meu irmão, amigo, és meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
és meu irmão, amigo, és meu irmão.
Ary dos Santos, As Palavras das Cantigas, Edições Avante.