E se, de repente, os objetos à nossa volta
ganhassem vida própria e desatassem a fazer o que lhes apetecesse?
Foi o que aconteceu a alguns objetos, escolhidos
pelos alunos do sexto ano, aquando do estudo do texto poético, e que originaram
estes poemas inéditos:
Tenho uma almofada
que deixou de me
obedecer
só quer estar na
galhofada
durante todo o escurecer.
Quando me deito, ponho-a
no lugar
mas basta-me adormecer
para ela ao chão
regressar.
Isto assim não pode ser!
A minha almofada adora
brincar
e com as outras
almofadas segredar.
A sua melhor amiga passa
a noite no chão
E, com pena dela,
atira-se abaixo do colchão!
Passo a noite sem
almofada,
o que hei-de eu fazer?
Preciso de ajuda
para que ela me volte a
obedecer!
Mafalda
Andrade, 6º B
O meu livro de
matemática,
Tem uma página
encravada,
mas que grande problemática!
Mas que grande maçada!
Está sempre a parar,
Na página de introdução,
está cansado de ajudar,
meninos que não têm
solução!
Que hei eu de fazer?
Deixar de aprender?
Preciso de ajuda,
Estou mesmo a sofrer!
Carolina
Costa, 6ªA
O
computador
O computador
É um grande sabichão
Mas sem a ajuda do homem
Não diz sim nem não
Tem grande capacidade
Conhece o mundo inteiro
Na cultura e no lazer
Está sempre em primeiro
Serei eu capaz
De tanto conhecimento?
Gostava que me ajudasse
Durante o meu
crescimento!
Inês Capela, 6º A
A
minha tesoura verde
Não
para de falar
Com
as lâminas a abrir
Sempre,
sempre a cortar
Quero
cortar um desenho
Que
fiz no papel
Mas
a tesoura só corta
A
forma de um anel
A
minha tesoura verde
Estava
cansada de estar na mochila
Porque
na sua cabecinha
Imaginava
uma vida tranquila
Tinha
muita pena dela
E
de lá tive de a tirar
Mas
quando eu a tirei
Ela
começou a falar:
“Não
quero estar naquele mundo
Onde
reina a desarrumação
Já
pensaste em limpar a pasta?
Bem
me parecia que não…”
Preciso
de uma opinião…
Serei
capaz de a curar?
Se
quero desenhar um círculo,
Ela
corta as ondas do mar!
Não
sei o que fazer…
Deixá-la
morrer?
Deitá-la
ao chão?
Ou
devolvê-la ao Reino Da Desarrumação?
Matilde Fernandes, 6º A
A
minha velha impressora
A minha impressora
Está sempre a encravar
E este problema
Nunca vai acabar.
Já tem idade
Para ser avó,
Mas a sua existência
Continua só.
Não sei como irei
Fazer o meu trabalho,
Ajuda já implorei
Mas que grande atalho!
Diogo Lima,
6º A
A minha
bola
Tenho uma bola
Que não sabe jogar
Anda sozinha
Sem me acompanhar
Está sempre a saltar
Com a cabeça no ar
Parecendo querer
O sol apanhar
Está apaixonada
Por um sol radiante
E agora nos treinos
Anda sempre distante
Fica feliz
Quando o sol está a
raiar
Mas cai num pranto,
Numa bela noite de luar.
O que vou eu fazer?
Deixar de brincar?
Só jogar ao luar?
Mas porquê? Mas porquê?
Inês Sofia
Marques, 6º A
O Meu
Despertador
O meu despertador
Que tão certo era
Não me deixa pôr
O meu cobertor
Desperta à noitinha
Sem eu lhe pedir
E de manhãzinha
Deixa-me a dormir
Digo-lhe sempre
Que tenho de descansar
Mas ele não desiste
Está sempre a tocar
Que hei de eu fazer?
Dormir de manhã?
Ou talvez dizer
Algo à minha mamã?
Talvez um dia
O desligue da tomada
Para me poder encostar
À minha querida almofada!
Miguel Alves, 6º A
O meu compasso
Eu tenho um compasso
Que é um bailarino,
Sempre que dá um passo,
Tomba devagarinho.
Ele está apaixonado
Por um computador,
Que também está enamorado,
Pois escreve-lhe versos de amor.
Peço ajuda, por favor
Com esta situação,
Pois trata-se de um amor
De grande dedicação!
Por causa deste amor,
A nota de matemática,
Talvez seja um terror!
E isso será uma história dramática!
Tiago Ramos, 6º B