sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Produção de Textos

Os alunos do 5º ano têm revelado bastante criatividade na produção dos seus textos.

Eis aqui alguns exemplos:

Sinaizinhos


Havia 4 irmãos (não muito parecidos) que adoravam escrever. Um deles era o Ponto Final, muito normal, que não gostava de ser especial. Outro irmão era o Ponto de Interrogação, que nada sabia, e estava sempre a fazer perguntas, como “Que dia é hoje?”, ou “Como se escreve abecedário?”.
   Também havia outro! Era o Ponto de Exclamação. Esse também não sabia fazer mais nada a não ser admirar-se com a sua beleza! Acordava, chegava-se ao espelho e dizia “Ai, Meu Deus! Como sou belo!” ou “Não sabia que era tão bonito!”.
   As mais novas (as trigémeas) eram as reticências, que diziam sempre as coisas ao mesmo tempo e que nunca acabavam o que diziam.
   Um dia, decidiram todos dar um passeio até ao Parque dos Mil Espelhos.
-              Que horas são? – perguntou o Ponto de Interrogação.
-              Acho que não chegou o raspanete de ontem... – disseram as Reticências.
-              Realmente! Sou tão bonito que exageraram nos espelhos para me ver! – afirmou o Ponto de Exclamação.
-              Vocês não têm remédio. Só se importam com os vossos Sinaizinhos vermelhos a bater – queixou-se o Ponto Final.
-              Onde está a toalha? – questionou o Ponto de Interrogação.
-              Eu não me importo com o Sinalzinho! Importo-me com a minha beleza! – gritou o Ponto de Exclamação.
-              Francamente... – disseram as reticências, levando a mão à testa.
Depois de muito falarem sobre os seus problemas, o Ponto Final não hesitou e começou o seu discurso de 90 páginas:
-              Nós somos sinais muito usados, mas não podemos exagerar na nossa utilização. Um problema: o Ponto de Interrogação não faz mais nada, além de nos andar sempre a fazer perguntas. Outro: o Ponto de Exclamação só sabe dizer que é lindo, porém, não é mais bonito que as Reticências. Outro: as Reticências nunca terminam o que dizem. Nós queremos sempre saber mais e não podemos. Não me importo que sejam assim, mas, às vezes, irrita.
-              Olha! As reticências são muito mais feias que eu! O Sinalzinho delas não bate muito bem! – aborreceu-se o Ponto de Exclamação.
-              Alguém viu o mesmo sapo que eu vi? – perguntou, distraído, o Ponto de Interrogação.
-              Já sei. – exclamou o Ponto Final. - Vamos trocar de funções. Eu agora pergunto as coisas e o Ponto de Interrogação declara. O Ponto de Exclamação nunca acabará as frases e as Reticências só se importarão com a beleza!!
-              Não sabemos se conseguimos...É que estamos tão habituadas a não dizer as frases todas...Mas se tem mesmo de ser, vamos ter de colocar gel no cabelo, está tão seco! – riram as Reticências.
   Depois de um dia bem longo no Parque dos Mil Espelhos, desempenharam das suas novas funções. Mas o Ponto de Interrogação (agora Ponto Final), apercebia-se que algo não corria bem. Todos se esforçavam para cumprir a ordem e não desiludir ninguém. Não faziam aquilo por querer, apenas por obrigação. Então, o Ponto de Interrogação lá os chamou para lhes dizer:
-      Bem, estava aqui a apreciar-vos de longe e a ver como se desenrascavam nas novas funções, quando reparei que estava a ser um pouco “difícil” para vocês... Portanto, acho que devíamos voltar ao nossos antigos ofícios. Se calhar, era mais fácil para vocês...
-      Bem visto! Devíamos...quer dizer, o nosso cabelo está todo cheio de pontas espigadas! – hesitaram as Reticências.
-      Viram? Deveriam observar o quão parece difícil estar em novas funções. Aliás, digo-vos mais. O Ponto Final não gostava de vocês como eram e eu não gosto de vocês agora. Cada pessoa deveria ser como quer, não como os outros querem que elas sejam. Mesmo que não gostem de vocês, devem prosseguir com a vossa personalidade de sempre. Quem apoia?
-      Bem...eu se calhar apoio... – disse o Ponto de Exclamação, levantando o braço.
-      Eu também! – disse o Ponto Final.
-      Nós também! – gritaram as Reticências.
-      Então...que horas são? – disse o Ponto de Interrogação.
A partir daí, todos voltaram às suas vidas normais. A lição do Ponto de Interrogação é muito importante para continuarmos as nossas vidas. Não liguemos aos comentários desnecessários dos outros, cada um é como é e como quer ser!



Matilde  Fernandes, 5º A 
 

Bullying

     Há muito, muito tempo, numa pequena vila, vivia uma rapariga chamada Beatriz. A Beatriz era gótica e, por isso, todos os rapazes e raparigas da sua escola troçavam dela. Beatriz não queria contar nada aos pais e, por conseguinte, não comia e andava sempre muito triste e angustiada! Ela tinha o cabelo castanho, muito comprido e sempre despenteado, os seus olhos eram castanhos quase negros, gostava de pintar os lábios e os olhos de preto, e pôr rímel nas pestanas. Era muito magra e alta e usava sempre roupas pretas com uns colares estranhos que eram horrendos e tinham colheres e garfos espetados.
    Aconteceu que, no dia de Carnaval, não se pôde fantasiar de negro porque não queria ser mais gozada. Então, só tinha duas opções: ou não ia ao Carnaval (coisa que ela não queria, porque adorava lançar serpentinas e pregar partidas), ou teria que comprar um fato de fada. Resolveu finalmente comprar o disfarce de fada. Esse fato era verde com um tule e muitos brilhantes. Chegou, então, a hora de se fantasiar: vestiu o vestido, maquilhou-se, pôs pestanas falsas e compridas, colocou uma peruca que tinha comprado com brilhantes e, finalmente, saiu do quarto.
        Claro que a sua mãe Maria João ficaria surpreendida. Esta, de boca aberta, exclamou:
        - Filha, estás um espanto! Porque não te fantasias com o teu fato de bruxa?
        - Quando me lembrei, já tinha comprado esta fantasia!! – respondeu a esconder a razão por não se ter vestido de preto – Mas agora tenho de ir para as aulas. Até logo. Beijos, mãezinha.
        Ao entrar no autocarro pequeno e amarelo que a levava sempre à escola começou-lhe logo mal o dia!!
     - Ah! Ah! Ah! A gótica vestiu-se de fada – disse um rapaz que tinha a alcunha de “O Rufia”.
Durante o dia todo, Beatriz foi gozada, insultada, agredida e excluída de todas as brincadeiras, como o normal. Quando chegou ao recreio, depois das primeiras horas de aula, até as empregadas se riram da sua fatiota.
- Olá, Beatriz, hoje vieste verde como uma alface, ao contrário dos outros dias que pareces uma viúva. Ah! Ah! Ah!
A pobre rapariga chegou a casa, trancou-se no quarto a chorar e nem saiu para o jantar! Chorou e choramingou durante toda a noite.
De manhã, quando acordou, a sua mãe levou-lhe o pequeno - almoço ao quarto e, como de costume, não o quis comer. Maria João, a mãe, desconfiou que algo se passava e perguntou-lhe:
- Filha, o que se passa contigo? Diz-me, por favor.
-Não se passa nada, só não tenho fome! – mentiu – Mãe, hoje podes levar-me à escola, é que estou com sono e não quero ir de autocarro.
- Só se me disseres o que se passa, por favor, sou tua mãe, desabafa comigo.
- É que… É que... É que todos os rapazes e raparigas lá da escola gozam comigo por eu ser gótica, e ontem ainda gozaram mais por me ter disfarçado de fada.
A mãe, zangada, triste e destroçada, pensou, pensou e disse:
- Hoje vou lá à escola falar com o teu diretor de turma!
- Não é preciso, eu resolvo as coisas à minha maneira. E obrigada, mãe, agora que desabafei contigo já me sinto muito melhor e com mais força para superar os meus problemas.
Então, a rapariga vestiu-se, entrou no autocarro e as colegas logo criticaram:
- A Beatriz voltou a parecer uma viúva, já não é nenhuma alface como ontem.
- Ai é, dizem isso mas ao menos tenho roupa em condições, não sou como vocês que compram roupa e depois não têm cuidado e estragam-na a atirarem-se para o chão! – gritou a rapariga.
Todas as pessoas que gozavam, insultavam, agrediam e ofendiam a menina ficaram envergonhadas e, como ficaram a saber que Beatriz agora tinha coragem de enfrentar qualquer coisa, nunca mais gozaram com ela e, a partir daí, foi feliz para o resto da vida.
Concluindo, nunca devemos criticar, insultar, agredir ou ofender alguém!
Carolina Moutinho da Costa, 5ºB

Arco-íris

      Para mim, um arco-íris é um dos fenómenos mais bonitos do mundo. Quando era mais pequena, pensava que as coisas bonitas, como um arco-íris, só existiam em sonhos e em histórias de fantasia, mas, quando vi o meu primeiro, fiquei a saber que isso não era verdade.
        Mesmo sabendo que é impossível, sempre quis tocar com a mão num arco-íris, ou até mesmo escorregar nele como se fosse um escorrega. Infelizmente, isso só aconteceu num sonho que eu tive, que era assim:
 «Era uma vez uma menina muito pobre, chamada Anilorac, que vivia com os seus pais, irmão e avó. Na cidade onde eles habitavam, estava sempre um clima muito bom, mas, na zona onde eles viviam, que se chamava mesmo Pior Zona, só havia calor. Mês após mês, ano após ano, nunca chovia, até que, um dia, finalmente, choveu! No entanto, ao mesmo tempo fazia sol! Anilorac reparou que se estendia um arco de imensas cores! Foi lá e começou a trepar, a trepar…começou a escorregar, aterrando num pote de moedas de ouro! Levou tudo à sua família e contou-lhes a sua aventura.A partir daí, viveram todos felizes e rezaram todas as noites para que aquele milagroso arco colorido surgisse mais vezes.
Quando acordei, achei estranho, por isso, fui ao meu escritório e escrevi o nome Anilorac ao contrário e deu o meu nome: Carolina! Quando abri a janela, apareceu o arco-íris que eu estava destinada a trepar…
Carolina Mota da Costa, 5º A

O terrível labirinto

Há muito, muito tempo, num país muito distante, existia um reino chamado Seltibero. Nesse reino vivia um homem muito feio chamado Gulit. Tinha cara quadrada, nariz amarelo, cabelo de palha… Mas o maior problema dele era que não se podia casar com a mulher que amava. Um dia, sentou-se no sofá e ligou a televisão. Viu um anúncio que falava da existência de um labirinto no meio do mar onde morava um génio que realizava todos os desejos, mas o grande desafio era lá chegar.
Não era tarefa fácil chegar até esse génio! Ninguém o tinha conseguido até àquele momento! No entanto, ali estaria a solução para os seus problemas!
Gulit não perdeu tempo, fez as malas, alugou um quarto num hotel e meteu-se num barco. Quando chegou ao local, colocou as malas no hotel e foi dormir para recuperar as energias para o dia seguinte.
Mal o sol nasceu, dirigiu-se ao terrível labirinto. Era um sítio muito frio e escuro. Ouviam-se uivos de lobos. Sem medo algum, continuou a caminhar e encontrou uma pedra onde dizia: “Puxe a alavanca.”
Curioso como era, não perdeu tempo e puxou a alavanca mas… caiu numa armadilha!
-E agora que faço? – perguntou a si mesmo. 
Pensou, pensou e teve uma ideia que achou brilhante. Como a sua cabeça era quadrada, cortou a armadilha com a ponta da cabeça. Não foi fácil, porém conseguiu.
Libertou-se da armadilha e continuou o seu percurso, contudo foi ter a um rio pantanoso!
- Que azar, agora vou ter de ir a nado! – disse ele. No entanto, para conseguir concretizar os meus desejos, tudo vale a pena!
Nadou 300 metros, quase se enterrou na lama, todavia, quando acabou de nadar, uma luz brilhante iluminou-lhe o resto do caminho. Chegou e viu uma lamparina. Pegou nela e esfregou-a, saindo de lá um génio.
-Génio, quero pedir-te dois desejos: o primeiro é que quero ser bonito e o segundo é que quero que a mulher que eu amo goste de mim! – disse Gulit.
-Como foste o único que se atreveu a chegar até mim, vou conceder-te os teus desejos. – respondeu o génio.
O génio contou até três e os desejos do homem concretizaram-se.
Satisfeito com a sua nova imagem, Gulit voltou à sua terra para conquistar a sua amada.
Passados três anos, Gulit e a sua amada casaram-se!
“Com força de vontade tudo se consegue!”
“Nunca desistas de perseguir os teus sonhos!”
Inês Sofia Coelho Marques, 5ºA  

Um novo planeta descoberto

- A nova nave espacial R1435T da NASA, comandada por um robô, alertou que tinha encontrado um novo planeta. - disse o pai do Miguel à hora do jantar.
O pai do Miguel era cientista da NASA e, naquele dia, tinha feito uma grande descoberta.
O Miguel, que desde pequeno ouvia o pai a falar das suas pesquisas, habituara-se a imaginar como seria a vida noutros planetas, num universo sem fim.
Na manhã seguinte, aquela frase do pai não lhe saía da cabeça. Já no colégio, mal chegou à hora do intervalo, foi falar com o seu amigo João para lhe contar a novidade. O João tinha o mesmo gosto pela ciência e estava sempre pronto para ouvir notícias sobre o universo.
- Descobriram um novo planeta! Sabias, João? – disse entusiasmado o Miguel.
- Não sabia… Explica tudo o que sabes, desde o princípio até ao fim.
- Está bem. O meu pai contou-me que, quando acabaram de montar a nave R1435T, decidiram programar o novo robô RR15 para a pilotar. Já há muito tempo que suspeitavam que existia um planeta perto do Enxame de Hércules.
- Ah, o Enxame de Hércules… No verão eu fui com o meu pai observar astros no telescópio do Monte da Virgem e vi este enxame de estrelas. 
- Pois, estas estrelas são visíveis da Terra. – relembrou o Miguel recordando as vezes que observara aquelas estrelas brilhantes.
- Mas conta... O que descobriu o robô? - perguntou o João.
- A ideia de pôr o robô a pilotar foi por não ser possível um ser humano viajar para tão longe. Eram precisos vários anos de viagem…
O Miguel continuou a contar os pormenores de toda a história e o amigo nem pestanejava, tal era o entusiasmo.
A grande descoberta que o RR15 tinha feito era a existência de um pequeno planeta, muito parecido com a Terra. Havia uma atmosfera rica em oxigénio, o solo era escuro e fértil e a água do planeta não tinha sal, apenas existia água doce.
Os dias foram passando e o João e o Miguel imaginavam se, na realidade, existiria alguma vida neste novo planeta.
No novo planeta, o robô continuou a fazer pesquisas. Um dia, ao analisar no microscópio a água de um rio, descobriu que havia seres vivos minúsculos, em forma de peixe. Um outro dia, ao analisar o solo de uma floresta, viu seres vivos muito parecidos com insetos. Com estas descobertas, o robô RR 15 voltou à Terra com a missão cumprida.
Ao saber destas novidades, o Miguel foi logo contar ao João. Os dois resolveram aproveitar toda esta fantástica história para escrever uma notícia para o jornal do colégio.
Os dois amigos decidiram que, quando fossem adultos, seriam cientistas para fazerem as suas próprias descobertas!
  Luís Ferrinha, 5ºA

Uma aventura no Oceanário

         Tudo começou durante uma visita que fiz ao Oceanário de Lisboa com os meus colegas do 4º ano.
       Durante a visita, as guias explicaram-nos o que os peixes comiam e também nos contaram histórias sobre alguns peixes que lá viviam.
       Após termos tomado uma pequena ceia, fomos dormir junto do aquário onde viviam tubarões, raias e outras espécies de peixes.
      Passado algum tempo, adormeci e sonhei que era um tubarão sorridente que passava o tempo todo a sorrir e só aparecia à noite e, apesar de ser grande, só comia peixes pequeninos. Ao contrário do meu nome, “Sorridente”, eu estava muito triste, porque os outros tubarões não gostavam de mim. O tubarão Martelo, o Branco, o Tigre, o Touro e muitos outros sentiam prazer em assustar e matar os outros peixes e até mesmo pessoas que apanhavam no mar, por exemplo, os surfistas. E eu, sempre que podia, tentava salvar as presas em perigo, muitas vezes, até lutava com os outros tubarões, arriscando a própria vida, mas eles chamavam-me nomes e diziam que eu era um falhado, pois, na opinião deles, um tubarão a sério não podia ser simpático.
No entanto, de repente, enquanto nadava nas águas límpidas do oceano, reparei que havia algo de diferente. Parei e vi que era uma festa que os golfinhos e outras espécies de peixes prepararam. Estava tudo tão bonito que não resisti e aproximei-me. Não podia acreditar, pois aquela linda festa era para mim, para me agradecer tudo o que eu fizera por eles.
          Subitamente, ouvi o cantar do pássaro do mar e acordei, já era manhã e a visita ao oceanário estava prestes a acabar.
          Foi uma aventura inesquecível!
Inês Capela, 5º A